Teixeira de Freitas: Depois de uma reunião interna na semana passada na Câmara, segundo os moradores, os vereadores pediram 08 dias para dar a resposta sobre a revogação ou não do Projeto de Lei que mudou o nome da Rua Eleozippo Cunha para Cinquentenário das Assembleias de Deus. Com isso, na sessão ordinária desta terça-feira (03), empresários e residentes da referida rua levaram cartazes e juntos tentaram sensibilizar os edis. O vereador Domingos Donato continuou firme, diante da situação e deixou claro que não irá ‘voltar atrás’.
Já o vereador Ronaldo Baitakão tentou se justificar. “Sou flexível à situação, sei que faltou mesmo ouvir o povo, mas a questão agora seria, como uma desonra, dar um presente e tomar, não nos crucifique, fica muito difícil está casa desfazer a mudança. Serviu de lição para não erramos mais”, argumentou. Entre vaias e indagações, os moradores não aceitaram as justificativas. Sem êxito, os moradores garantiram que irão buscar outras soluções. “Quem vai pagar a conta do prejuízo com as mudanças?”, "Não podemos aceitar calados, estão apagando uma história".
“A igreja não precisa disso, e tudo isso é uma apelação", gritaram alguns moradores. Para o morador nascido e criado naquela rua, Wlisses Lucas Paranhos, um povo sem história é um povo sem futuro. “Não temos como falar da cidade, sem falar de Eleozippo Cunha, como nas próprias palavras do vereador Ronaldo, ‘voltar atrás’ em uma homenagem feita é um ato desonroso, e foi o que aconteceu neste caso, estão passando uma borracha na história da cidade. A discussão não se diz respeito apenas aos moradores de um logradouro, está muito além, é a história de Teixeira de Freitas”.
Nossa equipe conversou com um contador que explicou que os prejuízos somados irão chegar numa média de 100 mil reais tanto na ordem da documentação residencial, quanto comercial. “Todos os comerciantes serão obrigados a fazer uma alteração junto à Receita Federal e Comercial, com custo médio de R$ 1.500,00 em cada caso, e terá que ser feita de imediato, caso contrário terão grandes prejuízos nas entregas de suas mercadorias, e os moradores com seus imóveis devidamente escriturados e registrados há mais de 30 anos, terão também que fazer retificação, primeiro no cartório de documentos de títulos e notas, e depois no registro de imóveis”, explica Adalberto Pinheiro, contador.
O presidente da câmara garantiu que pode ser resolvido o problema. “Entendemos que não seja algo insolúvel, pode ser resolvida sim, vai depender dos autores, ou outro vereador que se prontifique a fazer um Projeto de Lei para revogar o projeto anterior, saliento que aqui na câmara caminhou de forma legal, juridicamente falando, e apesar da autoria ter sido dos dois vereadores, a câmara aprovou por unanimidade. Logo assumo que erramos e somos responsáveis por essa situação também. Garanto que serviu como uma grande lição. Foi uma falha e temos que tomar cuidado de agora em diante ao tomar essas decisões", argumentou presidente da câmara, Miro.Barbosa.
De acordo o morador Aldécio Pinheiro, eles irão nesta quarta feira (04), até ao Ministério Público para formalizar uma denúncia e ainda, na quinta-feira (05), a partir da 07h00 da manhã na referida rua estarão realizando uma manifestação, fechando de um lado ao outro da via, para que todos possam entender que ninguém, mesmo sendo vereadores, pode mudar um nome de um local, de uma hora para outra, sem comunicar as partes interessadas. “Iremos também providenciar uma ação popular, e cobrar os danos morais e materiais coletivos, e colocar todas as despesas oriundas deste transtorno da mudança de nome para os dois vereadores, Ronaldo Baitakão e Domingos Donato”, desabafa Aldécio.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews