O governador Jaques Wagner (PT) tem sido diplomático ao “aceitar”, em público, a aproximação entre a pré-candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, e seu adversário Geddel Vieira Lima (PMDB) – Wagner e Geddel vão concorrer ao governo do estado em 2010. É fato, porém, que não é nada boa para ele a notícia de que Dilma vai participar, no próximo dia 18, da convenção do PMDB na Bahia.
Dilma deve vir a Salvador já na condição de candidata oficial do PT à presidência da República, acompanhada de seu vice, Michel Temer. A informação foi dada pelo pré-candidato do partido ao governo do Estado, o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima.
Para Geddel, que ocupa a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto atrás de Wagner e Paulo Souto, a notícia de que Dilma vai subir no palanque com ele é mais que agradável. No entanto, o pemedebista parece subestimar a inteligência do eleitor ao dizer que não vê dificuldades no fato de apoiar a candidata do PT, mesma legenda do seu adversário.
Ao anunciar o convite, Geddel não perdeu tempo e disparou contra Wagner: “Nós vamos apoiar nacionalmente um projeto que tem dado certo para o Brasil e não poderíamos continuar apoiando na Bahia um projeto que não tem sido bom para a Bahia. Os indicadores das mais diversas áreas, segurança, saúde pública, atração de investimentos, arrecadação, estão aí a mostrar que nós estamos perdendo espaço para outros estados do Nordeste”.
Sem saída
Com a união nacional entre PT e PMDB, os petistas baianos não acharam outra saída: tiveram que abrir espaço para o PMDB na coordenação estadual da campanha de Dilma. A decisão foi tomada na mesma reunião onde foram escolhidos os representantes petistas da coordenação na Bahia: o presidente estadual da legenda, Jonas Paulo, o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho. No próximo dia 09, às 16h, no Sol Victória Marina, uma reunião com os presidentes das legendas da base aliada do governo Lula vai definir como se dará a coordenação da campanha.