Sob a ótica de amigos do presidente Michel Temer – que hoje dividem com ele a acusação de integrar uma organização criminosa – Geddel Vieira Lima vai delatar. Mas, se falar, vai delatar o quê? E quem?

Geddel Vieira Lima é descrito por aliados como um político que aponta o dedo sempre que está encurralado em alguma situação delicada, no melhor estilo "eu posso até ter feito, mas ele também fez". 

Estratégia parecida com a de outro ex-político encrencado – e hoje preso – Eduardo Cunha.

Quando Cunha estava na iminência de perder o mandato, encontrou-se com Michel Temer, então presidente em exercício, para pedir ajuda. O encontro era secreto, no escurinho do Palácio do Jaburu. 

Procurado, Cunha negou à época que tivesse ido ao encontro do presidente. Mas o Palácio do Planalto foi obrigado a confirmar após os questionamentos da imprensa.

Temer não queria que viesse a público que havia se encontrado com Cunha naquele momento. Estavam em etapas diferentes de carreira: Cunha, em decadência, prestes a ser cassado. Temer se organizando com a sua base aliada para confirmar o impeachment de Dilma Rousseff.

Mas, ali, o histórico de Cunha com Temer falara mais alto: Cunha queria ajuda do presidente para salvar seu mandato. Temer repetia a aliados que nada poderia fazer. E Cunha ameaçava o Planalto: dizia ter munição para "explodir" o quarto andar do palácio. 

O "quarto andar" era formado por Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. Cunha sempre negou ter dito essa frase ao presidente, mas os interlocutores de Temer confirmavam que haviam recebido a mensagem. 

Por isso, explicavam, cediam aos pleitos de Cunha sempre que possível. 

Geddel e Cunha se aproximaram no PMDB nos últimos anos. Mas a primeira linhagem de Geddel é ao lado de Temer.

São amigos há mais de três décadas. Geddel trata Temer por "Michel", assim como Padilha e Moreira Franco, mesmo após Temer virar presidente. 

Geddel, quando abatido pelo primeiro apartamento polêmico de sua trajetória no governo Temer, negou-se a deixar o cargo. 

Diferentemente do que se viu em outros governos, aqui, nenhum ministro do PMDB coloca o cargo à disposição do presidente. 

Pelo contrário: comunica que não sai (Geddel) ou que vai se licenciar (Eliseu Padilha) sempre que enrolado em algum escândalo. Uma relação de iguais. 

No episódio do apartamento embargado, Geddel argumentava que não sairia do governo porque não havia sido o único a pressionar o ex-ministro Marcelo Calero a derrubar junto ao  Iphan o empreendimento imobiliário de alto luxo em Salvador no qual ele adquirira um apartamento. 

À Polícia Federal, Calero havia afirmado que fora "enquadrado" pelo presidente Michel Temer e se sentiu pressionado a "construir uma saída" ao pedido de Geddel sobre a obra na Bahia. 

No relato de um peemedebista, Geddel apontou o dedo aos aliados e dizia que, "se fosse assim, então todo mundo tinha que renunciar".

O episódio foi resgatado por integrantes do governo após o novo apartamento polêmico de Geddel, este com R$ 51 milhões em dinheiro vivo dentro.

Nos bastidores do Planalto, poucos demonstram surpresa com o fato de Geddel "estar operando". Mas sim com o valor encontrado. 

E agora o principal temor do Planalto é que Geddel explique que aquele valor tinha mais donos. 

De olho nisso, palacianos já adotaram um discurso-vacina para afastar qualquer ligação com peemedebistas na ativa. Afirmam que, se Geddel for explicar o dinheiro, pode ser que o ligue a Cunha, de quem tinha se aproximado nos últimos tempos.

Do lado de Geddel, silêncio sobre seus próximos passos incomodam o governo. 

Lembram aliados do presidente que, no dia seguinte da primeira prisão, em julho, apareceu no Palácio do Planalto o irmão do ex-ministro, o deputado Lucio Vieira Lima, diferentemente do que ocorreu na prisão após apartamento. 

Para palacianos, o silêncio da família Vieira Lima é ensurdecedor: Geddel não é Joesley Batista, e, se falar, tem potencial para se transformar no verdadeiro homem-bomba do Planalto de Temer.

 

Diante do potencial explosivo de Geddel, Temer conta com o tempo. Após a reviravolta na delação da JBS, os acordos de delação premiada serão mais duros.

Isso porque dificilmente os investigadores aceitarão uma delação com imunidade ou sem alguma pena de prisão fechada, como acontecia até aqui. 

No caso de Geddel, dificilmente a sociedade aceitaria que o homem das malas de R$ 51 milhões cumpra pena em casa – e tudo isso deve atrasar as tratativas de uma colaboração premiada dele.

 

Fonte: G1

PF deflagra operação contra fraude em contratação de empresa por

Uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (18) em Ilhéus e Itabuna, no Sul; e Salvador. Intitulada de

Com saída do DC, o vereador Ronaldo Cordeiro deixa a base aliada do

Teixeira de Freitas: Ronaldo Alves Cordeiro, conhecido pelo apelido “Baitakão” e admirado por seu jeito simples e habilidoso de lidar com as

Mudança Política em Teixeira: Vereador Ailton Lacerda deixa o

Teixeira de Freitas: Em um movimento político surpreendente, o vereador Ailton Lacerda Ferreira anunciou sua desfiliação do partido PODEMOS e

Foco, força e fé: A inspiradora trajetória de Talitha Rendeiro

Teixeira de Freitas: Talitha Rendeiro Paranhos, CEO da revista Mulher em Foco, é uma mulher cuja vida é guiada pela fé e integridade. Nascida em

Lula veta projeto e mantém saidinhas de presos para visita a

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou parcialmente o projeto que acaba com as saídas temporárias de presos, que tinha sido aprovado

Integrantes do MST invadem área do governo federal em Itabela

Itabela: Cerca de 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta terça-feira (9), uma área da

Jadna Paiva: Experiência e Compromisso na pré-candidata à

Medeiros Neto: Jadna Paiva, uma figura política veterana com mais de 30 anos dedicados ao serviço público, foi confirmada como pré-candidata a

Empresário Betão reafirma apoio a Marcelo Belitardo em evento do

Teixeira de Freitas: Em uma noite marcada pela política e alianças, o empresário conhecido como Betão, ex-prefeito de Lajedão, declarou seu

Vereadores Van Van e Nido perdem mandato após TSE reconhecer fraude

O colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu, em sessão realizada na noite de terça-feira (2), que houve fraude à cota de gênero

Justiça Federal nega suspensão de leilão de área reivindicada por

Um terreno de 60 mil metros quadrados localizado em Trancoso, litoral Sul de Porto Seguro, foi colocado em leilão, na manhã desta segunda-feira

Nossos Apoiadores: