Deputados e senadores lançaram nesta quinta-feira (9) uma frente parlamentar contrária à legalização de jogos de azar no Brasil, que foi proposta em dois projetos em tramitação no Congresso. Uma das proposições (PLS 186/14) está em pauta na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O outro texto (PL 442/91) já está pronto para ser votada no plenário da Câmara dos Deputados após ser aprovado por uma comissão especial da Casa.
A primeira proposição abrange a legalização do jogo do bicho, bingo, vídeo-bingo, apostas esportivas e não esportivas e cassinos online ou em complexos de lazer integrados. A segundo dispõe sobre a legalização e regulamentação de cassinos, jogo do bicho e bingos, incluindo videobingo, caça níqueis, apostas e jogos online.
Ainda nesta semana, 15 governadores defenderam em reunião em Brasília a legalização da atividade, como uma estratégia de arrecdação e geração de emprego, além de destinação de parte dos impostos recolhidos a um fundo voltado à segurança pública. Especialistas presentes no lançamento da frente parlamentar criticam a ideia. “O que pode acontecer é uma canibalização.
Os trabalhadores serão simplesmente recrutados de outras empresas, como hotéis e restaurantes, já que é muito alto o custo de treinar mão de obra”, cita o advogado Roberto Lasserre, do Movimento Brasil sem Azar. A psicóloga Suely Sales Guimarães, por sua vez, apontou a questão do tratamento dos viciados em jogos, os chamados ludopatas. “O Brasil não está preparado para tratar clinicamente essas pessoas: não temos centros de tratamento nem profissionais para atender essa clientela”. O deputado Roberto de Lucena (PV-SP) preside a frente, que é composta por outros 20 deputados e 8 senadores.
