Ramiro Guedes

UM SONHO FELIZ DE CIDADE

Atenção, companheiro do Coletivo as Artes: dia 17, em Teófilo Otoni, o grupo Corpore Escola de Dança estará apresentando, às 18:30, no Cine Vitória, “Alice no país das Maravilhas” e “As mil e uma noites”. O espetáculo é considerado o maior evento de dança do interior de Minas Gerais. Gostaria muito de ir, mas a saúde não deixa.

Quem puder ir, “faça a festa por mim”.

MIMOS

Domingo chuvoso de dezembro, o velho escriba em sua cadeira do vovô assistindo o Sr. Brasil, do Boldrin, na Cultura, eis que me adentra o quarto o irmão Celso Maderi. Vinha em companhia do genro e carregava uma pesada caixa. Eram livros, que ele sempre me faz dessas doações. Deslumbrado, vi que ganhava “Agosto”, de Rubem Fonseca, “O Eu profundo e outros eus”, de Fernando Pessoa, “De Pauliceia desvairada a café”, de Mário de Andrade, “O Fio da navalha”, de Maughan e outros, muitos outros. Passei a tarde de domingo e a manhã de segunda carimbando e botando nome nos livros, não fosse Celso se arrepender do presente.

Livros são os maiores presentes e os melhores representantes de uma grande amizade. Valeu, Celso.

DOAÇÃO, JAMAIS

O meu amigo e primeiro diretor do Pitágoras, o professor Benjamin, implicava com esse escriba, pelo amor que tenho por guardar livros. Afirmava Benjamin que livro só tem utilidade até acabar de ser lido.

Depois, é egoísmo guardá-los. Melhor é doar ou dar para outra pessoa, no que ele chamava de “socialização da leitura”.

Respeito a opinião do diretor, mas não concordo com ela.

OS MOTIVOS LIVRESCOS

Meus livros são amigos pessoais e, como sou mais releitor do que leitor, volta e meia volto a eles. Cada vez que releio um livro, encontro coisas novas nessa leitura. O exemplo maior são Os Maias, de Eça de Queirós, que já li para mais de 50 vezes e hei de continuar lendo. Quando eu me for, que meus parentes façam o que quiserem dos meus livros. Enquanto estiver por aqui, não. Eles são meus amigos silenciosos, os mais confiáveis, que estão sempre à espera quando deles preciso.

Meus livros, meus amigos – a gente doa os amigos?

NATAL DE LUZES

Dá muita saudade do Natal de Luzes do primeiro ano da administração João Bosco Bittencourt. O que se vê agora são luzes pífias e um povo olhando pro chão.

Que Cristo nos ajude e nos ilumine.

ELE JULGANDO ELE

O Juiz Sérgio Moro, julgador de Lula, teve sua atuação nos processos contra o ex-presidente submetida a um pedido de suspensão, feito pela defesa lulista. Os advogados afirmam que Moro, em palestra na PETROBRAS, teria aconselhado à empresa, parte atuante no processo, a criar regras contra a corrupção, justamente em acusações que são feitas ao petista. Mais: a defesa de Lula acuea Moro de ter recebido remuneração para participar da palestra na PETROBRAS. Moro indeferiu o pedido da defesa e alegou que recebeu apenas dinheiro para pagamento de deslocamento e para pagamento de uma diária de hotel. O curioso é que quem julgou o procedimento de Moro no caso foi Moro mesmo.

No Brasil, pode.

A JUSTIÇA ANDANDO

Sobre a inusitada velocidade que o TRF-4 usou para colocar em pauta o julgamento do recurso sobre a condenação de Lula no caso julgado por Moro, o ex-presidente foi cáustico: “meu caso está obrigando a justiça a ser mais veloz”.

O julgamento do recurso de Lula está bem mais célere do que o do mensalão tucano, por exemplo.

JOSÉ DIRCEU

O ex-ministro condenado, José Dirceu, afirmou que 24 de janeiro será o dia da revolta do povo.

“Formez vos bataillons Marchons, marchons Qu'un sang impur abreuve nos sillons”?

LÁ EM CURPIOBA MIRIM

O correspondente dessa coluna em Curpioba Mirim, Sóstenes Cauim Velásquez, nos manda alentado despacho, onde conta mais uma façanha da prefeita D. Brígida Campolargo. Segundo Sóstenes, houve uma licitação em uma vizinha cidade, da qual várias empresas participaram. Feito o pregão, saiu vencedora uma empresa por nome Solarium. No desenvolver das obras, a prefeitura pagou à Solarium e esta, que havia terceirizado alguns serviços, pagou a esses empreiteiros. Até aí, prossegue Sóstenes, tudo legal. Mas, uma coisa chamou a atenção da Justiça Federal: nesses pagamentos terceirizados, várias pessoas que não tinham prestado qualquer serviço, receberam uma grana razoável.

PROSSEGUE O CASO

Para surpresa de todos, em recibos de recebimento, aparece, entre outros, o nome de D. Brígida Campolargo como favorecida em 30 mil reais. A surpresa é maior quando se vê que vários nomes estão sendo investigados pelo mesmo motivo e o de D. Brígida não aparece em tais investigações. Um dos envolvidos no esquema, que parece ser um vasto propinoduto, já deu o grito e quer saber o motivo da ausência do nome da prefeita. O fato é que a Solarium está sendo investigada pela Justiça Federal e o cheiro que exala da operação é dos mais fedentinos.

O que se quer saber é quais são os serviços prestados por D. Brígida para receber 30 mil reais da empresa e por qual motivo ela não está sendo investigada.

Sóstenes promete novidades das grossas.

MAIS CURPIOBA MIRIM

Um conhecido professor em Curpioba Mirim, que também é advogado, recorreu à Junta Médica do município. Estava sentindo alguns incômodos e queria uma licença. Não era esse profissional gente da simpatia do governo brigidiniano e, por isso, foi mandado direto para o INSS. A perícia do referido profissional foi marcada para daí a 3 meses, tempo médio que essas marcações levam. Resultado: marcada a perícia, o profissional deve ser afastado imediatamente do trabalho. Afastado, fica sem receber até a data da perícia.

Pode isso?

PROSSEGUE A POLCA

Pode: se na perícia for constatada a impossibilidade de trabalhar, o profissional entra no gozo do auxílio doença e recebe, cumulativamente, o que ficou para trás. Se for considerado apto para voltar a suas lides, volta e não recebe pagamento nem do INSS, nem do empregador. O advogado segredou a Sóstenes Cauim Velásquez que a Secretaria de Educação sabe que o INSS quase sempre nega o benefício, por isso encaminha para lá seus desafetos políticos. Quem aguenta ficar 3 meses sem receber, correndo o risco de não mais embolsar a sofrida pecúnia?

Será possível tal baixaria?

FECHANDO A NICA COM MILLÔR FERNANDES

“São três as análises básicas das “pesquisas de opinião”: uma para orientar os candidatos. Outra para orientar os financiadores. Outra para desorientar o público”.

“Nenhum desses governantes de hoje têm um itinerário. O que eles gostam mesmo é de ficar ao volante”.

“Em política nada se perde, nada se transforma. Tudo se corrompe”.

“Em Brasília não se chama mais ninguém de ladrão, mas de “pessoa movida pela ideologia da propina”.