Em rede social, Jonatan Diniz informou que participou de protestos 'como observador' e que chorou por crianças. Prisão foi anunciada em 27 de dezembro.
Em uma postagem em uma rede social na madrugada desta segunda (8), o designer gráfico brasileiro Jonatan Diniz, de 31 anos, que ficou preso na Venezuela por 11 dias, disse que não se envolve em política e que participou de protestos 'como observador' em solo venezuelano. O governo da Venezuela diz que o brasileiro presidiria uma ONG de fachada, mas na verdade membro de uma organização criminosa. O brasileiro e a família negam.
“Eu não me envolvo em política, não me envolvo em nenhum desses teatros criados por pessoas ocultas para fazermos acreditar que existe democracia. Eu não sou lado A nem lado B... Eu só não quero ver crianças morrerem por nossa culpa, por o que nós adultos criamos na Terra”, afirmou.
No sábado (6), o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, informou por meio de sua conta no Twitter, que Jonatan foi expulso da Venezuela. A prisão foi anunciada pelo militar e político venezuelano Diosdado Cabello, em seu programa de televisão no dia 27 de dezembro.
No relato, Jonatan não confirma onde está e não informa detalhes sobre a prisão. Ele explica que morou por três meses na Venezuela, entre maio em agosto de 2017, período em que teria conhecido a “situação” do país.
“Os 3 meses que vivi lá, justo nos protestos mais fortes que Venezuela já teve, eu sim fui a muitos protestos (como observador, jamais toquei em uma arma), sim, odiei muito Maduro nesse tempo por todas as bombas lacrimógenas que tive que respirar e sim, vi muita barbaridade tanto de um lado quanto do outro. Quando eu não chorava pela notícia de mais um jovem assassinado que batalhava por liberdade e por um país melhor, eu chorava por ver crianças de 5, 6 anos prepararem bombas molotov para se prepararem para os confrontos”, detalha.
Ele ainda relata que em dezembro voltou à Venezuela para um trabalho social. “O que passou este fim de ano é que decidi ir para Venezuela doar boa parte (a maioria na verdade) do dinheiro que eu tinha e conquistei com muito trabalho digno para iniciar o projeto @timetochangetheearth junto com amigos ao redor do mundo, que nada mais era que doar roupas, comidas, brinquedos e o que necessitasse para quem realmente precisasse. E o mais importante, tentar de alguma maneira mudar a mentalidade das pessoas, tentar encontrar uma maneira de em vez de guerrear, unir as partes para todos lutarem pelo mesmo objetivo”, diz.
Jonatan diz estar bem:
“Estou bem e em segurança, reservo meu direito de manter sigilo de onde estou ou para onde vou, espero que compreendam, tenho minha vida pessoal e particular”, disse. Em mensagem ao G1 na manhã de domingo (7), ele já havia dito que não passaria detalhes para sua própria segurança.
Segundo a mãe dele, Renata Diniz, o filho embarcou em um vôo para Miami, “porém este não seria seu destino final. Estão resguardando a integridade dele, por isso não falaram se fica lá ou vem ao Brasil”, disse Renata.
Fonte: G1