Ramiro Guedes
SUASSUNA
“Cultura de massa por definição, é baseada no gosto médio. A cultura popular é feita pelas pessoas do Brasil real de bom gosto”. Quem disse foi Ariano Suassuna, o genial escritor do Romance da Pedra do Reino e criador do Movimento Armorial. Que nossos próceres culturais, tão fartos em definições canhestras, pensem a respeito.
Enquanto isso, é definitivo curtir o Armorial.
No Almoço à Brasileira tem. Sempre.
NENHUMA SURPRESA
Ao começar escrever essa coluna, chega-nos a notícia e que os três patetas do TRF-4 negaram os recursos impetrados pela defesa de Lula.
Em se tratando deles, alguma surpresa?
A CAMINHADA
Esse escriba acredita pouco ou nada em caminhadas da Paz. Normalmente, elas duram o percurso da Caminhada e ali se encerram, sem qualquer resultado prático. No muito, servem para políticos e autoridades extravasarem seus conceitos e soluções demagógicas e inviáveis, além de expressarem suas vacuidades.
A do dia 24 terá sido diferente?
ELA
Convocada pelo novo bispo, D. Jailton, a Caminhada teve a adesão da comunidade e se transformou em grande manifestação pela Paz. O mais importante foi a posição dos organizadores: para eles, a Caminhada não se encerra ali. Haverá fóruns, discussões, desdobramentos. Como afirmaram, “foi apenas o chute inicial de um grande debate”.
Esperemos que seja assim.
AGRESSÃO
O Secretário Municipal de Educação, Hermon Freitas, falando durante a Caminhada da Paz, relatou a agressão praticada por uma aluna de 14 anos a uma professora na Escola Clélia e questionou como está a vida desses adolescentes em casa e em que condições vivem. Cabe também perguntar: como está a vida desses alunos na Escola?
As pontas se amarram, e como.
PARA CONSTAR
Na agressão acontecida no Clélia, esse escriba tem informações seguras de que a professora Inês, agredida, é uma profissional de alto gabarito, incapaz de uma má palavra a um aluno, querida pelo alunado e pelos colegas. Mais informações dão conta que a aluna agressora é uma pessoa de boa índole, sem qualquer histórico de agressividade. O que pode levar uma adolescente a esse tipo de atitude?
Alunos e professores estão perplexos.
LÁ EM CURPIOBA MIRIM
Relata-nos Sóstenes Cauim Velásquez, nosso correspondente no progressista burgo de Curpioba Mirim, que a prefeita D. Brígida, não suportando mais as críticas feitas à Educação no município, convocou uma coletiva de imprensa. Realizada em um hotel de Curpioba, a pensão de D. Codó, a coletiva revelou uma nova face da prefeita.
E uma fase espantosa.
A COLETIVA EM CURPIOBA MIRIM
Segundo Cauim Velásquez, a impressão é que D. Brígida está irremediavelmente surda e completamente convencida de que pode tudo, julgando-se a Rainha dos Homens. O fato é que os repórteres faziam uma pergunta sobre Educação, por exemplo, e ela respondia sobre estradas e asfalto. Conversando a respeito, repórteres levantaram a hipótese da surdez e que, por esse motivo, D. Brígida não entende o que lhe é perguntado. O fato é que a coletiva terminou melancolicamente, sem que o assunto Educação fosse sequer aflorado.
E D. Brígida continua se achando a última bolacha do pacote...
LULA E O ÓDIO
As milícias que atacaram a caravana de Lula no Rio Grande do Sul, estavam armadas, como as fotos mostraram. Teriam porte de arma? Seriam militantes ou fariam parte daquele lúmpen que se contenta com as migalhas atiradas pelos poderosos como paga da infâmia?
O ódio a Lula estimula absurdos...
E POR FALAR EM LULA
A aceitação do habeas corpus de Lula pelo Supremo não dá garantia alguma ao ex-presidente de não ser preso depois do julgamento dos recursos pelo TRF-4. A aceitação do julgamento do habeas por 7 x 4 é um momento. Já o julgamento do habeas no próximo dia 4 é outra história.
É preciso não confundir as bolas.
CHIFRES EXPURGADOS
Aceito pelo Supremo o habeas corpus de Lula e marcado seu julgamento para 4 de abril, a única coisa lógica foi a suspensão da possibilidade da prisão do barbudo antes desse julgamento. O Supremo podia ter julgado no mesmo dia e resolvido a parada, Mas os juízes se declararam cansados.
A toga vergou ao peso da contumácia e alegou-se exaustão futura total.
E A GLOBO, HEIN?
Conversando com um amigo jornalista, ele nos observou sobre a tristeza dos comentaristas da News quando analisaram o resultado do julgamento da admissibilidade do habeas corpus de Lula. Leilane Neuberth, inclusive, afirmou que o Supremo, em um momento decidia uma coisa, em outro outra coisa. Merval (ou Merdal?) Pereira se juntou a um professor de direito para afirmar que em 193 países do mundo todos optavam pela condenação em 2ª. instância. É mentira. Basta ler o artigo do jornalista Lénio Streck no Diário do Centro do Mundo para entender que Merval (ou Merdal?) divulgou um fake.
Eles são capazes de tudo.
RODA VIVA
Assisti com cuidado o programa Roda Viva, de despedida de Augusto Nunes, (já vai tarde) em que o entrevistado era Sérgio Moro. Em determinado momento, Moro afirma que não pediu escusas ao STF no caso do grampo da conversa entre Lula e Dilma, condenada pelo ministro Teori Zavaski. Não é isso que diz o Estadão, quando reproduz correspondência de Moro ao Supremo, em seguinte passagem: “Ainda que este julgador tenha se equivocado em seu entendimento jurídico e admito, à luz da controvérsia então instaurada que isso pode ter ocorrido, jamais, porém, foi a intenção desse julgador, ao proferir a aludida decisão de 16/03, provocar polêmicas, conflitos ou provocar constrangimentos, e, por eles, renovo minhas respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moro.
Moro mentiu ao Supremo e mentiu ao Roda Viva.
FECHANDO A NICA COM ITARARÉ
“A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer”.
“A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda”.
“O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro”.
“A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele”.
“O mal do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta”.
CORRESPONDÊNCIA
Parabéns pela coluna, não concordo com algumas de suas ideias, mas adoro ver sua forma coerente de defender seu ponto de vista. Em relação a administração de Teixeira, é melhor nem comentar. Só para finalizar, pena que o site que hospeda sua coluna seja tão "pelego" do governo Municipal, mas quem sabe um dia isso muda, afinal o mundo gira.
Resposta: Não concordar com idéias faz parte do jogo democrático e acende uma discussão propositiva. A coluna agradece suas palavras e o convida para voltar sempre, nem que seja para discordar.