O relator do processo disciplinar sobre o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), Hiran Gonçalves (PP-RR), pediu a continuidade das investigações no Conselho de Ética da Câmara. No entanto, tirou do caso as apurações sobre os R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal em um apartamento em Salvador atribuído à família Vieira Lima. Lúcio é irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O relator entendeu que o tema deve ser analisado em nova representação, caso o deputado seja considerado culpado, definitivamente, em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF).
Com isso, Lúcio Vieira Lima será investigado no Conselho de Ética por duas acusações: a de que o teria se apropriado de parte dos salários de dois funcionários de seu gabinete; e a de que teria usado servidores para assuntos privados.
O parecer preliminar foi divulgado nesta quarta-feira (4) em reunião do Conselho de Ética da Câmara . No documento, o relator concluiu: “voto pelo recebimento da representação e consequente instauração do processo, com escopo limitado aos fatos que não coincidem com a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República ao STF”.
O deputado acrescentou: “Os demais fatos deverão ser, se o caso for, objeto de novo procedimento, uma vez formada definitivamente a culpa do representado, após curso de ação penal no STF”.
O advogado Renato Ramos, que representa Lúcio Vieira Lima, disse que seu cliente está respondendo à investigação “por uma foto” - numa referência às imagens do dinheiro apreendido no apartamento de Salvador.
Segundo ele, a representação é baseada na denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República. “Basicamente a representação repete a denúncia, não traz nenhum elemento novo”, argumentou, acrescentando que não há justa causa para o processo, já que o caso está em investigação no Supremo Tribunal Federal.
Fonte: G1