Ramiro Guedes

CAVALEIRO DA ESPERANÇA OU DA TRISTE FIGURA?

A boa revista Bula publicou uma pesquisa em que lista 100 livros e afirma que a maioria dos leitores que se dizem contumazes leram apenas 6 desses livros, quase todos clássicos. Percorri a lista e constatei que esse escriba leu, desses livros, 22. É pouco, mas pelo menos é mais que os parcos 6 mostrados pela pesquisa. Muitos, essenciais, também estão fora da lista. Só para constar, não achei Os Maias, de Eça de Queirós; As aventuras do senhor Picwick, de Dickens; A recordação da Casa dos Mortos, de Dostoievski e D. Quixote, de Cervantes.

Muitos outros não estão na lista e deveriam estar: é eterna a aventura de ler.

QUAL O PREÇO DA ALEGRIA?

Domingo, em uma modesta rua da Urbis. Um carro parado com um som altíssimo, parecendo um trio elétrico, e um bando de adolescentes cantando e dançando na maior euforia. Além da dança e dos gritos e a música de péssima qualidade, a meninada saboreava um churrasco e bebia uma cervejinha. Era muita alegria dos meninos, que jovem é doutor em alegria. Daí a pouco, um vizinho  apareceu e dirigiu-se a outro, que estava sentado no passeio de uma casa ao lado da folia.

O diálogo foi imediato.

O DIÁLOGO

O vizinho chegou, mal deu boa noite e já foi se dirigindo ao outro: “-Será que vamos permitir essa pouca vergonha? Devíamos chamar a polícia”.

Resposta: “Qual é a pouca vergonha que você está vendo? Vejo adolescentes cantando e dançando, não vejo cenas de sexualidade e, a não ser o péssimo gosto musical, não vejo nada demais. Chamar a polícia para quê? Para prender a alegria? Deixa os meninos se alegrarem”.

O vizinho irado saiu resmungando e a alegria continuou, “ancorando na passarela”.

Nessa triste cidade, sitiada pelo fascismo, um dia vão cobrar imposto pela alegria.

E tentar proibir o arco-íris.

O ÓBVIO ULULANTE EM CURPIOBA MIRIM

Um certo colunista curpiobense, célebre por confundir “lauto café da manhã” com “laudo café da manhã”, vive de bajular a prefeita Brígida Campolargo  de maneira considerada até abjeta. Nosso correspondente em Curpioba, Sóstenes Cauim Velásquez, afirma que a prefeita  retribui à sabujice com minguada pecúnia  mensal. A coluna do indigitado beletrista  se resume em elogiar a gestão brigidiana e a reproduzir, em péssimo vernáculo,  as análises políticas dos jornalões de direita da pátria. Seguramente, é dele que dizia Nelson Rodrigues, quando falava em óbvio ululante.

O tal colunista, ele mesmo, é um declarado óbvio ululante.

AINDA EM CURPIOBA MIRIM

O tal colunista, alcunhado de “óbvio ululante”, causa ao nosso correspondente, Sóstenes Cauim Velásquez, pena doída. Para Cauim, a dignidade deve ser sempre parte essencial do caráter humano. O colunista curpiobense foi expulso  da última campanha eleitoral por D. Brígida, não tem espaço no governo municipal , vive sendo destratado e desprezado pela prefeita, não sendo por ela convidado nem para  batizado de boneca, mas persiste na sabujice por amor à minguada propina.

Para ele, sabujice não precisa ter bom preço.

DEFINITIVO?

Caio Checon diz para quem quiser ouvir que é candidato a deputado federal com o apoio do vereador Jonathan Molar. Como o vereador pleiteava a mesma candidatura, e não aceita sair a deputado estadual, é preciso saber se ele, Molar, vai realmente apoiar Caio de corpo e alma.

O discurso é positivo, vejamos a realidade.

ENTREVISTA   

A ex-presidente Dilma Roussef , apeada da presidência pelos golpistas, concedeu à BBC de Londres uma fornida entrevista. Depois de vários conceitos, encerrou dizendo: “Lula não é lenda porque queremos, mas porque criou condições para isso”.

Na mosca.

FURDUNÇO NA DELAÇÃO

Claro que a grande mídia não deu destaque ao fato, mas na chamada “mídia suja” (suja por noticiar o que o PIG não noticia) vazou.  O doleiro Vinicius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio de Sousa, acusados de participar do esquema de Dario Messer,o “doleiro dos doleiros”, jogaram eca no ventilador. Em delação ao MPF, os tais doleiros afirmaram que, entre 2006 e 2013, pagaram mensalmente uma taxa de proteção de 50.000 dólares (cerca de 186 mil reais). O dinheiro teria sido entregue ao advogado curitibano  Antônio Figueiredo Basto e a outro colega.  Quem conhece Figueiredo Basto sabe de seu envolvimento como agenciador de delações premiadas, inclusive no caso Banestado. Messer, ali citado, jamais foi multado por Sérgio Moro, julgador do caso.

Se o fio do novelo for devidamente puxado, pode sobrar até para Catões de Curitiba.

IMPUNIDADE

Depois de quase 21 anos, foram julgados os acusados de mandantes e envolvidos no assassinato do radialista Ronaldo Santana em Eunápolis. Entre os acusados estava o ex-prefeito daquela cidade, Paulo Dapé. Os jurados absolveram os 4 acusados. Comentário geral: depois de 21 anos do assassinato, quem condenaria alguém?

Ficou no ar um ativo cheiro de pizza de presunto.

EXPLICAÇÕES QUE NÃO EXPLICAM

Pior do que escolher um artista que nada tem com S. João e a ele pagar uma fortuna são as justificativas dada sobre o caso.

Mandrakeagem pura.

QUE SE ESCLAREÇA

A coluna esclarece que nada tem contra quem aprecia o cantor Amado Batista. Não frequenta nossas praias, mas respeitamos o seu público. O que não dá para explicar é a pretensão de “resgatar o S. João” trazendo um artista que não tem ligação alguma com a festa.

Só para esclarecer.

ELBA RAMALHO

Quem tem tudo a ver com S. João e quejandos é a cantora Elba Ramalho,  que estará em Medeiros Neto no dia da festa.

Resgate é isso aí.

CASAMENTO  REAL

Em uma vassalagem sem nome, a Globo transmitiu na íntegra a cerimônia do casamento real na Inglaterra. No Fantástico, ainda houve uma matéria sobre uma noiva brasileira casando, usando um símile do vestido da noiva britânica. Foi uma correria sem nome para o vestido ser composto a tempo. Quando conseguiram, portaram-se como heróis que tivessem  conseguido um grande feito.

Enquanto isso, o dólar subia mais e o desemprego dos golpistas atingia mais um recorde.

FECHANDO COM TAGORE

“O homem que precisa mendigar amor é o mais mísero de todos os mendigos.” 

“Quando a minha voz calar com a morte, meu coração te seguirá falando.”

“Agradeço por não ser uma das rodas do poder, mas sim uma das criaturas que são esmagadas por elas.” 

“Envolva em ouro as asas do pássaro e nunca mais voarás no céu.” 

“Levo em meu mundo que floresce, todos os mundos que fracassaram.” 

CORRESPONDÊNCIA

Paulo Klinger Santiago · 

Trabalha na empresa Autônomo

A corrupçao no pais e endemica, desde quando formos descobertos `pelos portugueses, a nossa cultura nao nos permitir mudar essa situaçao, so piorou nestes ultimos vinte anos, onde partidos politicos todos sem exceçao, gestores simplesmente se qualificaram para detonar o dinheiro pulblico, impunidae e corrupaço estao soltas e estarao sempre enquanto existir brechas nas leis que regem o pais.

RESPÇOSTA: Tradução: o país, não havendo uma revolução cultural, será sempre um país insolúvel e sempre adverso para principiantes.

Gracilian Escobar · 

Üsteğmen em Estudante

Sartre afirmou que "somos condenados a sermos livres" algo neste sentido. Nada obstante, está liberdade não sabendo ser vivida traz consequência. Podemos aplicar estes pensamentos em Teixeira de Freitas, onde a liberdade do Gestor é a prisão da coletividade. Um déspota que vive no mundo da Alice. Entretanto, quando vim a guilhotina, a cabeça que deve rolar é a de nosso algoz gestor. Estamos em uma locomotiva, os trilhos estão fora de lugar. Talvez Timas seja um alienado, haja vista suas atitudes beligerantes no que tange o povo trabalhador. Me pergunto sobre o artigo 5: Todos somos iguais ? . Abra os olhos Timas . Será que O vestuto de nossa uber já leu : Ética a Nicômaco?

RESPOSTA:  Na idade antiga houve o fenômeno dos déspotas esclarecidos que, mesmo abusando do autoritarismo, respeitavam a cultura e a população. Temos isso em Teixeira de Freitas? Está na hora de refletir um pouco sobre a estrutura do autoritarismo e se ela vale a pena. Volte sempre.