Presidente diz considerar ótimos os resultados da 'fase de execução' dos trabalhos e citou a aprovação popular indicada em pesquisa. Temer diz que últimos 4 meses da intervenção foram 'extraordinários'
O presidente da República, Michel Temer (MDB), ministros dele e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), participaram de reunião nesta quinta-feira (30) no Comando Militar do Leste (CML), região central do Rio. As autoridades fizeram um balanço de seis meses da intervenção federal no Rio.
Temer falou com a imprensa logo após o encontro, pouco antes de seguirem para um almoço no CML.
"Registrei na minha fala (na reunião) a todos os setores que imaginava um período de seis meses de intervenção. Ela ultrapassa um pouco o período de seis meses, mas de atividade executória - porque os dois primeiros foram de organização - temos praticamente três, no máximo quatro. E nesses três ou quatro meses os índices de combate à criminalidade são extraordinários", disse.
Entre os índices divulgados pelo Instituto de Segurança Pública, na comparação entre os meses de julho de 2017 e julho de 2018, destacam-se (veja os dados detalhados no fim da reportagem):
aumento de 105% das mortes em ações policiais;
aumento de 9% nos homicídios dolosos;
queda de 29% no roubo de veículos
queda de 61% nos latrocínios
queda de 19% no roubo de carga
Dados do tiroteios durante os seis meses de intervenção aumentaram 61% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram cinco mil, segundo o aplicativo Fogo Cruzado.
Ele disse que embora, em pesquisas de satisfação, a intervenção tenha perdido apoio é "extremamente favorável" por ainda ser bem vista por mais da metade da população.
"Sei que se diz, bom, o apoio à intervenção federal caiu de 74% para 66%, mas eu mesmo me indago qual setor da atividade pública que tem 66% de aprovação da popiulação? Ou seja, quando ultrapassa a margem dos 50% já é extremamente favorável".
O presidente da República também comemorou as apreensões de drogas. "Nos últimos dias cresceu exponencialmente o número de prisões. Em segundo lugar, apreensão de cocaína e maconha cresceu substancialmente portanto dando resultado da intervenção. Estamos satisfeitíssimos por ter decretado essa intervenção parcial. Exemplo do Rio tem sido invocado por outros governos que pedem intervenção nessa área".
Presidente Michel Temer participa de encontro com governador e interventor federal na segurança do RJ
Gabriel Barreira / G1
Na quarta-feira (29), o ministro da segurança pública, Raul Jungmann, disse que o Estado estará mais seguro quando a intervenção acabar do que quando começou.
Da reunião participaram também o ministro da Justiça, Torquato Jardim; o ministro da Defesa, Joaquim Silva de Luna; o ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen; e o ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun.
Presidente Michel Temer participou de reunião na manhã desta quinta-feira (30)
Reprodução / TV Globo
De acordo com o Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) os números dos roubos de carga diminuíram em algumas áreas do Estado do Rio de Janeiro e a criminalidade se expandiu por outros caminhos. Os roubos de carga aumentaram 497% em cinco municípios.
Já o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, também neste mês, um balanço mostrando alguns índices de criminalidade de julho de 2018, comparados com julho do ano passado.
Confira alguns índices:
MORTES EM DECORRÊNCIA DE INTERVENÇÃO POLICIAL
Julho de 2017 - 63
Julho de 2018 - 129
Variação: alta de 105%
HOMICÍDIOS DOLOSOS
Julho de 2017 - 374
Julho de 2018 - 408
Variação: Alta de 9%
ROUBO DE VEÍCULOS
Julho de 2017 - 4.951
Julho de 2018 - 3.518
Variação: Queda de 29%
LATROCÍNIO
Julho de 2017 - 23
Julho de 2018 - 9
Variação: Queda de 61%
ROUBO DE CARGA
Julho de 2017 - 908
Julho de 2018 - 731
Variação: Queda de 19%
ROUBO DE RUA
Julho de 2017 - 12.587
Julho de 2018 - 11.021
Variação: Queda de 5%
Incogitável o fechamento de fronteiras
Temer também falou sobre a situação dos venezuelanos em Roraima. Ele disse que o fechamento de fronteiras é "incogitável" e disse que uma possível entrega de senhas seria para diferenciar os imigrantes que só estão no Brasil para fazer compras e aqueles que dependem de atendimento humanitário, como vacinas ou outras ajudas.
"Evidentemente, quando li a preocupação de que a minha fala poderia significar fechamento de fronteiras - vou pedir licença para dizer - é porque as pessoas não sabem ler ou não querem ler. Bastaria pegar afirmações minhas, quando disse que fechamento de fronteira é incogitável. Houve até medida judicial e minha advogada geral da união está trabalhando exata e precisamente para que seja cumprida pela legislação federal ou por tratados internacionais que eu mesmo assinei, quando fui abrirs otrabalhos da ONU, seria incogitável o fechamento de fronteiras. Não há isto, não haverá isto."