Em reunião com políticos em hotel de Aracaju (SE), o candidato do PDT à Presidência da República afirmou ser "completamente favorável" à privatização da telefonia, mas contrário à da Petrobras. Confira o dia de campanha de Ciro Gomes
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira (6) que a privatização deve ser usada com "inteligência" e não com "preconceito ideológico".
Como parte de sua agenda de campanha no Nordeste, Ciro participou de ato com lideranças políticas locais em um hotel na zona sul de Aracaju (SE).
“A privatização é uma ferramenta que nós devemos usar com inteligência e não com preconceito ideológico”, disse a uma plateia formada por militantes.
Ciro afirmou ser "completamente favorável" à privatização do setor de telecomunicações do país, mas cobrou mudanças no marco regulatório de telefonia a fim de permitir a redução das tarifas pagas pelos consumidores.
"O problema no Brasil agora não é que [o setor] é privado. O problema no Brasil é regulatório, porque nós permitimos a cartelização do sistema e hoje o brasileiro paga a maior tarifa do mundo. Então, aqui a tarefa não é estatizar. A tarefa aqui é melhorar o marco regulatório e tentar perseguir a concorrência", disse.
O candidato ressaltou não ver "problema" em privatizar a distribuição de energia elétrica no país, mas defendeu que, ao invés disso, haja uma revisão das regras no setor.
“Não vejo nenhum problema em privatizar [distribuição de energia elétrica]. Mas vejo um problema: o Brasil tem uma matriz energética mais limpa e barata do mundo. [Mas] o brasileiro, da família, da empresa está pagando a maior tarifa de energia elétrica do mundo. Por quê? Porque o governo entregou às multinacionais o indexador que é completamente perverso. Então, trata-se aqui não de estatizar a distribuição, mas de melhorar o marco regulatório”, afirmou Ciro.
Ele frisou, porém, ser contrário à privatização do setor de geração de energia. "Imagina pegar a Chesf [Companhia Hidroelétrica do São Francisco] e entregar para um chinês e aí, quando precisar da hierarquia do uso de água para abastecimento humano, nós vamos ter que ir para Xangai negociar com o chinês a privatização do regime de água do país. Ninguém faz isso no mundo", disse.
Ainda sobre o tema das privatizações, o candidato do PDT descartou desestatizar a Petrobras. Ciro classificou de "crime" a ideia de entregar o petróleo brasileiro aos estrangeiros e afirmou que só "canalhas" fariam isso.
"Privatizar petróleo é um crime contra os nossos filhos e netos. O Brasil, provavelmente, no futuro próximo, será identificado como a maior reserva de petróleo do mundo. (...) Por que nós vamos entregar essa riqueza dos nossos filhos e netos para os estrangeiros? Só canalhas fazem isso e é o que os que nos governam estão tentando fazer", disse.
Economia
Ciro Gomes repetiu algumas de suas medidas para a economia, como o programa para renegociar a dívida dos cidadãos brasileiros que está com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC). Segundo ele, a proposta é "totalmente viável".
“O povo está humilhado, isso é um problema macroeconômico. Eu não fiz essa proposta porque sou bonzinho, é porque o principal motor de ativação econômica para gerar empregos é o consumo das famílias”, afirmou.
Ciro Gomes participa de ato político em Aracaju (SE)
Carla Suzanne/TV Sergipe