Candidato do MDB foi entrevistado nesta segunda (10) pelo G1 e pela rádio CBN. Ele também afirmou que, apesar de estar disputando a eleição pelo MDB, 'não está defendendo nenhum grupo político'. Meirelles fala sobre criação de empregos e imposto de renda

Ex-ministro da Fazenda, o candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (10), em entrevista ao G1 e à rádio CBN, que pretende corrigir a tabela de imposto de renda se vencer a eleição presidencial, porém, condicionou a atualização à aprovação de reformas – como a da Previdência Social – ou ao aumento de tributos.

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Meirelles também disse que, apesar de estar disputando a eleição presidencial pelo MDB – partido do presidente Michel Temer –, não está "defendendo nenhum grupo político". Ele não quis comentar a possibilidade de chamar o grupo político de Temer, que inclui, entre outros, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia), para integrar um eventual governo Meirelles.

"Eu não estou defendendo nenhum grupo político. Não fiquei defendendo grupo político. Sou candidato do MDB. É um partido forte, símbolo da redemocratização brasileira, presente em todo o país", declarou.

Meirelles é entrevistado por jornalistas do G1 e da CBN, em São Paulo

Reprodução

Antes de ingressar na política, Meirelles fez carreira como executivo da área financeira, tendo ocupado, inclusive, a presidência mundial do Bank of Boston. Em 2002, elegeu-se deputado federal por Goiás, mas não exerceu o mandato para comandar o Banco Central a convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2016, Meirelles assumiu o Ministério da Fazenda no governo Michel Temer, de onde saiu em abril para disputar a corrida pelo Palácio do Planalto.

Henrique Meirelles foi o quarto presidenciável a participar da série de entrevistas do G1 e da CBN com os candidatos à Presidência. Os candidatos são entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Cássia Godoy, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.

A tabela do imposto de renda não é atualizada desde 2016. Nos dois anos em que Meirelles comandou o Ministério da Fazenda no governo Michel Temer, não ocorreu nenhuma atualização das faixas do imposto de renda. O Orçamento de 2019, proposto pelo governo ao Congresso, também não prevê reajuste na tabela.

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) aponta que a defasagem média acumulada na tabela de imposto de renda, desde 1996, é de 88,4%.

Questionado na entrevista ao G1 e à CBN sobre se, caso vença a eleição, corrigiria a tabela do imposto de renda, o presidenciável do MDB afirmou que "sim", mas impôs condições.

"Sim. Devemos corrigir, sim, a tabela do imposto de renda", enfatizou.

No entanto, ele ressaltou que, para atualizar os valores das faixas da tabela de imposto de renda, é preciso fazer as reformas, principalmente, corrigindo distorções existentes na Previdência Social.

Segundo Meirelles, caso não sejam aprovadas reformas estruturantes como a da Previdência, seria necessário aumentar tributos para equilibrar as contas públicas e abrir espaço fiscal para corrigir a tabela de imposto de renda.

Indagado sobre a resistência que enfrentaria no Congresso Nacional para aprovar mudanças nas regras previdenciárias se vencesse a eleição, o candidato do MDB disse acreditar que conseguiria fazer as alterações na Constituição nos primeiros meses de governo.

Sistema Unificado de Informações de Segurança

Meirelles fala sobre segurança pública e crime organizado

"Violência se combate com inteligência, antes de mais nada. Para isso, é necessário informação. Então, nós vamos criar e implantar, de fato, o Sistema Unificado de Informações de Segurança, centralizado em Brasília com a Polícia Federal, repartindo e dando informações e coletando informações de todas as polícias. Nós temos que mapear toda a ação do crime no Brasil e ter ações preventivas. Antes de mais nada, não podemos ter agentes prisionais numa madrugada pegos de surpresa, em menor número, e sendo superados por bandidos bem armados."

Pinga-fogo

É a favor da adoção de crianças por casais homossexuais?

Sim

Vai limitar a entrada de venezuelanos?

Não

É a favor do imposto sobre grandes fortunas?

Sim

É a favor da permissão do aborto em casos de estupro?

Sim

É favorável ao voto obrigatório?

Sim

É a favor do ensino religioso nas escolas?

Nas escolas religiosas, sim. Não nas escolas laicas

É favorável à cobrança de mensalidade nas universidades públicas?

Complexo definir, então, não

É favorável à diminuição da maioridade penal para 16 anos?

Não

É favorável à taxação de igrejas?

Não

Defende a intervenção militar na segurança nos estados, como no Rio?

Em casos de absoluta necessidade, quando solicitado pelo governador, sim, como no caso do Rio. Porque lá o governador confessou a impossibilidade de cuidar da segurança

Assista abaixo a outros trechos da entrevista de Meirelles:

Meirelles fala sobre combate à violência e ao feminicídio

Meirelles fala sobre crescimento da economia

Entrevistas com presidenciáveis

Todas as entrevistas com os candidatos à Presidência serão transmitidas simultaneamente pelo G1 e pela CBN, das 8h às 9h, e contarão com perguntas de leitores do portal e ouvintes da rádio.

No dia 3, o deputado Cabo Daciolo, candidato a presidente pelo Patriota, não compareceu à entrevista marcada na rádio CBN, em São Paulo.

A ordem das entrevistas, definida em sorteio, é:

3/9 – Cabo Daciolo (Patriota) - Não comparaceu

4/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)

5/9 – João Amoêdo (Novo)

6/9 – José Maria Eymael (DC)

10/9 – Henrique Meirelles (MDB)

11/9 – Vera Lúcia (PSTU)

12/9 – Jair Bolsonaro (PSL)

13/9 – Marina Silva (Rede)

14/9 – João Goulart Filho (PPL)

17/9 – Guilherme Boulos (PSOL)

18/9 – Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Teve a candidatura indeferida pelo TSE

19/9 – Ciro Gomes (PDT)

20/9 – Álvaro Dias (Podemos)

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