Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Alvaro Dias (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) durante debate da TV Gazeta em São Paulo, neste domingo (9)
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Faltam quatro semanas para a eleição presidencial, com a campanha impactada por um elemento de fora da disputa eleitoral, o ataque contra Jair Bolsonaro. Se antes da facada em Juiz de Fora ele estava na defensiva por causa dos ataques sofridos pelos adversários, com sua rejeição subindo, agora Bolsonaro pode recuperar o controle da campanha e voltar ao ataque.
Fato que aumentou a apreensão nas outras principais candidaturas. A pergunta que estrategistas se fazem é se a campanha pode começar a se afunilar e entrar na fase do voto útil antes da hora. As pesquisas que serão divulgadas nesta segunda-feira (10) podem consolidar um favoritismo do candidato do PSL para estar no segundo turno, porque ele passou a vestir o papel de vítima, dificultando a ação de seus adversários contra ele.
Se este cenário se confirmar, o clima de guerra entre os demais candidatos para estar na reta final vai aumentar. Afinal, eles disputariam entre si quem irá para o segundo turno. Aí, teríamos um candidato de centro, Geraldo Alckmin (PSDB), com três da centro-esquerda, Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), provavelmente, travando uma batalha pela sobrevivência na eleição.
Neste momento, Ciro Gomes está num melhor momento. Ele subiu nas últimas pesquisas. Se continuar nesta trajetória, estrategistas avaliam que ele pode se beneficiar do voto útil, ou seja, virar a aposta de eleitores que estavam pensando em votar em outro nome, mas que podem optar pelo pedetista porque ele teria mais chances de ser o adversário de Bolsonaro.
Marina Silva era vista como aquela que poderia se beneficiar do voto útil, porque estava no segundo lugar das pesquisas. Mas nos últimos levantamentos, ela ficou estacionada. Se cair, pode deixar de ser a candidata que atrairia votos na reta final da disputa.
Outra dúvida é sobre como ficará o tucano Alckmin nas pesquisas. Sua estratégia de bater em Bolsonaro estava funcionando, mas desde o ataque ao candidato do PSL foi obrigado a mudar o tom de sua campanha. Aposta no discurso da união e pacificação nacional. Deve ser obrigado a bater mais pesado no PT para chegar ao segundo turno. A conferir, depois dos resultados do Datafolha, nesta segunda-feira (10), e do Ibope, na terça (11).
Editoria de Arte / G1