Segundo analista, viagens de campanha levam em conta principalmente os apoios locais, as chances dos candidatos ao governo aliados, os redutos eleitorais e a demonstração dos pontos fortes da cada presidenciável. 44% das viagens de candidatos à Presidência da República pelo país na primeira metade da campanha eleitoral, etapa concluída nesta segunda-feira (10), foram a cidades paulistas. O estado abriga 33 milhões de eleitores, ou 1 em cada 5 pessoas aptas a votar em outubro.

O período de campanha teve início em de 16 de agosto e vai até 6 de outubro, na véspera do primeiro turno. São, ao todo, 52 dias. Nos primeiros 26 dias, 11 candidatos ao Planalto tiveram compromissos de campanha públicos. Juntos, eles visitaram 96 cidades do país. Os dados foram levantados pelo G1.

Além de, no total, receber a maior parte das visitas (125), o estado de São Paulo foi o mais visitado por 10 dos 11 candidados à Presidência com agendas públicas. A exceção é João Goulart Filho, que dedicou mais visitas ao Distrito Federal.

Outros destinos privilegiados pelos candidatos foram o Rio de Janeiro (12% do total) e o Distrito Federal (8,2%).

Três estados do país não receberam nenhum presidenciável: Roraima, que vive uma grave crise migratória, com a chegada contínua de venezuelanos, Amazonas e Maranhão.

Viagem dos candidatos na metade da corrida presidencial

Roberta Jaworski/G1

Por que São Paulo é o principal destinos dos candidatos?

Para Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice e mestre em campanhas eleitorais e governo pela Fordham University, de Nova York, além de concentrar quase um quarto dos eleitores do país, São Paulo abriga grande parte dos meios de comunicações e eventos que convidam os candidatos para sabatinas e discursos.

Tais compromissos, mesmo que não reúnam um grande número de eleitores, são transmitidos, geralmente ao vivo, para um público amplo e, por isso, interessam a todos os postulantes.

Esse é um dos motivos pelos quais o DF, que tem 1,4% dos eleitores do país, é o terceiro principal destino dos presidenciáveis, com 8,2% das visitas. Dos 11 candidatos que tiveram agendas públicas na primeira metade da campanha, 9 estiveram na capital federal – as exceções são Eymael e Vera Lúcia.

Por que outros estados populosos não atraem tantos presidenciáveis?

Segundo Lucas de Aragão, o que influencia na decisão é o número de potenciais eleitores que podem ser convencidos a votar nos candidatos, e não o número total de eleitores.

É isso que explica, por exemplo, o fato de a Bahia, que tem 10 milhões de eleitores (7% do total), ter recebido 1 candidato à Presidência nas três primeiras semanas de campanha. O motivo, diz o especialista, é que a força de um dos postulantes no estado dissuade os concorrentes.

"Acho que os outros candidatos não vão priorizar estados onde a chance de angariar votos não seja tão palatável", explica Aragão.

O que atrai um candidato a um estado?

Varia. Um dos elementos necessários para que um candidato se desloque até uma cidade é o fator palanque.

Segundo Lucas Aragão, a eventual exibição de fotos e vídeos de um candidato em um evento com poucos eleitores podem ser consideradas um sinal de fraqueza, o que representa um problema se essa impressão for vinculada à imagem geral que o eleitorado tem.

Para ele, porém, "a questão de estar forte em casa é uma variável" a ser considerada. Candidatos que concorrem principalmente com o argumento de que fizeram um bom trabalho em seus estados natais precisam garantir que a aprovação dos constituintes se refletirá nas urnas.

O que deve acontecer na segunda metade da campanha?

O número de atos de campanha na segunda metade de campanha deve cair, porque um dos candidatos – Jair Bolsonaro (PSL) – deixará de ter agendas públicas. Ele sofreu um atentado na última quinta-feira (5) em Juiz de Fora (MG) e continua internado em São Paulo, em recuperação.

Aragão diz que não é possível definir um cronograma de viagens e eventos no início da campanha e mantê-lo durante o decorrer da disputa eleitoral.

"Não tem uma estratégia totalmente definida. Os candidatos sabem onde têm que bater ponto, onde têm os apoios que precisam ser utilizados, e vão mudando com o decorrer da campanha", diz ele. "As pesquisas vão pautando a caminhada desses candidatos."

O Nordeste é a segunda região que menos recebeu visitas, e é onde o PT tem boas chances em algumas eleições regionais.

Por isso, Aragão diz que, quando Fernando Haddad for oficializado no posto de candidato à Presidência pelo partido, a tendência é que ele concentre parte de sua campanha nesses estados, da mesma forma como Alckmin e outros candidatos fortes no Sudeste e no Sul fazem em suas respectivas regiões.

"Não tenho dúvida de que, na fase final de campanha, o candidato vai ficar onde está mais confortável."

Veja como foi a agenda de cada um dos candidatos:

Alvaro Dias (Podemos)

 

Roberta Jaworski/G1

Alvaro Dias concentrou grande parte de sua campanha no Sudeste, com 23 de suas 33 visitas realizadas na região. Destas, 17 foram a SP. O PR, estado onde foi governador, aparece em segundo empatado com MG, com 4 visitas cada um.

Ciro Gomes (PDT)

 

Roberta Jaworski/G1

Ciro Gomes concentrou grande parte de suas atividades no Sudeste (18), principalmente em SP (13). Ele também foi o que mais visitou o Nordeste (9), concentrando atenção no Ceará, estado onde já foi governador. Ao lado de Geraldo Alckmin, foi um dos únicos a visitar todas as regiões do país.

Eymael (DC)

 

Roberta Jaworski/G1

Eymael também teve agenda mais focada no Sudeste. De 16 visitas desde o início da campanha, 10 foram à região (8 delas a São Paulo). Ele foi um dos poucos candidatos, ao lado de Vera Lúcia, que não fizeram atos públicos no Distrito Federal.

Geraldo Alckmin (PSDB)

 

Roberta Jaworski/G1

Geraldo Alckmin é o candidato que mais realizou visitas durante a primeira metade da campanha, com 44 (Ciro Gomes, o segundo, realizou 37). Foram 14 a SP, estado onde foi governador, de um total de 20 à região sudeste. Ao lado de Ciro Gomes, foi um dos únicos a visitar todas as regiões do país.

Guilherme Boulos (PSOL)

 

Roberta Jaworski/G1

Guilherme Boulos também dedicou a maior parte de suas visitas ao estado de São Paulo. Foram 15, de um total de 17 no Sudeste. O candidato distribuiu suas atenções igualmente à demais regiões, com 2 visitas a cada. A exceção foi o Sul, que não recebeu eventos.

Henrique Meirelles (MDB)

Agendas Henrique Meirelles (MDB)

Arte/G1

Das 25 visitas realizadas por Henrique Meirelles, 16 foram ao Sudeste (11 a SP, 4 a MG e 1 ao RJ). No Centro-Oeste, 4 de suas 5 visitas foram ao Distrito Federal. O candidato não realizou atos públicos no Norte e no Nordeste.

Jair Bolsonaro (PSL)

 

Roberta Jaworski/G1

Com 7 visitas, SP foi o estado mais visitado por Jair Bolsonaro. O candidato também dedicou grande parte de suas atenções ao RJ (5). A única região não visitada por ele foi o Nordeste. Bolsonaro teve de cancelar seus atos públicos depois de um ataque a faca em Juiz de Fora (MG), na última quinta-feira (6).

João Goulart Filho (PPL)

 

Roberta Jaworski/G1

João Goulart Filho foi o único candidato a dedicar a maior parte de suas visitas ao Distrito Federal (4). Apesar disso, a região que mais visitou foi o Sudeste, na qual passou por todos os estados. Norte e Nordeste não receberam eventos públicos.

João Amoêdo (Novo)

 

Roberta Jaworski/G1

João Amoêdo concentrou suas ações no Sudeste (13, de 19 no total), com atenção maior atenção a SP (9). Mas ele também visitou estados que receberam menos candidatos, como PA, MS e CE. A única região não visitada por Amoêdo foi o Sul.

Marina Silva (Rede)

 

Roberta Jaworski/G1

De 28 visitas realizadas por Marina Silva, 20 foram ao Sudeste. Destas,13 foram a SP e 7 ao RJ. A candidata foi a única a ir à Bahia e não passou pelo Sul do país.

Vera Lúcia (PSTU)

 

Roberta Jaworski/G1

Vera Lúcia concentrou grande parte de sua campanha em SP. Foram 16 visitas realizadas ao estado, além de outras 3 ao RJ. Único outro estado a receber compromisso da candidata foi PE (2).

Como foi feito o levantamento

O levantamento feito pela reportagem leva em conta eventos públicos como caminhadas, passeatas, inaugurações de comitês, lançamentos de candidaturas de correligionários e sabatinas realizadas por associações e veículos de imprensa.

Debates, por reunirem um número elevado de candidatos numa mesma cidade num mesmo dia, foram desconsiderados para evitar distorção. Eventos fechados, como gravações de programas de TV ou reuniões com equipes de campanha, também.

A reportagem conta o número de visitas de cada candidato a alguma cidade do país, independentemente do número de atos realizados naquele município naquele dia.

Com base nesse critério, o G1 contou as 282 visitas de presidenciáveis entre 16 de agosto e 5 de setembro: foram 62 na primeira semana, 88 na segunda e 82 na terceira, de 30 de agosto a 5 de setembro. Entre 6 e 10 de setembro, foram 50 visitas.

Lula, que até o dia 31 de agosto era o candidato do (PT), está preso em Curitiba desde abril pelo caso do triplex no Guarujá – o ex-presidente alega inocência – e, por isso, não realizou campanha nas ruas. Já o candidato Cabo Daciolo apareceu publicamente em duas ocasiões desde o dia 16: em 29 de agosto, visitou o diretório do partido em São Paulo e, em 5 de setembro, entregou uma representação ao TSE em que pede voto impresso nas eleições deste ano. Esses casos não foram levados em consideração no levantamento do G1.

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