Em evento no Rio de Janeiro, candidata da Rede comentou decisão do PT de substituir o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-prefeito de São Paulo na corrida presidencial. A candidata da Rede, Marina Silva, participa de evento do partido no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro
Nicolas Satriano
A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, comentou nesta terça-feira (11) a confirmação do nome de Fernando Haddad como candidato do PT, no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um evento de seu partido na Zona Sul do Rio de Janeiro, para arrecadar fundos para a campanha eleitoral, Marina disse que, com a substituição na chapa petista, agora os eleitores podem saber quem são os verdadeiros candidatos na eleição.
"Agora, a população sabe quem são os candidatos e cada um terá que expor, além de suas proposta, seus propósitos. Além daquilo que diz que vai fazer, explicar aquilo que fez", disse a candidata da Rede.
Segundo Marina Silva, agora, Haddad terá a oportunidade de explicar os problemas que a gestão petista teve ao comandar o país, como o aumento do desemprego.
"Por que o Brasil, que era o país do pleno emprego, agora tem 13 milhões de desempregados como herança do governo Dilma-Temer, PT e PMDB? E, agora, junto com o PSDB. Porque o PSDB também faz parte desse condomínio, até está com boa parte dos que apoiaram a candidatura da Dilma, em 2014", criticou.
Independência do BC
Antes de participar do evento, Marina também justificou o fato de não ter incluído em seu programa de governo nenhuma proposta para conferir independência ao Banco Central. Ela falou sobre o assunto porque, em 2014, o seu programa defendia a independência.
Segundo Marina, a proposta foi incluída durante a campanha de 2014 pelo então candidato à Presidência Eduardo Campos, com quem compôs chapa. Campos morreu num acidente aéreo, e Marina assumiu a candidatura à Presidência.
"Não defendi com afinco [a proposta]. Ela estava no meu programa quando o Eduardo morreu. Foi uma decisão dele, de acatar uma sugestao do [economista] Marcos Lisboa, e isso esta devidamente documentado. Inclusive numa entrevista que foi dada pelo senador Roberto Freire, de que eu divergi da proposta, durante a reunião em que ela foi debatida. E agora que eu tenho o meu proprio programa de governo, não tinha porque continuar comprometida por ela", explicou Marina.
Marina disse que continua defendendo o que propôs em 2010, quando também concorreu ao posto. De acordo com ela, "não é necessária nenhuma independência institucional do Banco Central".
A candidata diz que a instituição financeira precisa de "autonomia operacional", mas não é necessário uma lei aprovada no Congresso dando qualquer tipo de autonomia institucional.