Candidata da Rede foi entrevistada nesta quinta (13) pelo G1 e pela rádio CBN. Presidenciável também prometeu, se eleita, construir 1,5 milhão de painéis solares e criar fazendas de energia eólica. Asssita à íntegra da entrevista de Marina Silva (Rede) ao G1 e à CBN

A candidata da Rede ao Palácio do Planalto, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (13), em entrevista ao G1 e à rádio CBN, que as eleições de 2014 foram uma "fraude" de partidos que usaram dinheiro de caixa 2 e abusaram da "violência política". Marina foi derrotada na última eleição presidencial, terminando a corrida eleitoral na terceira colocação, atrás de Dilma Rousseff (PT) – que acabou reeleita – e de Aécio Neves (PSDB).

Segundo a presidenciável da Rede, o acirramento deflagrado na última eleição desencadeou uma onda de violência na política, que teve como desdobramento o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), dois atentados contra apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a agressão à faca contra o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro.

Candidata da Rede fala sobre tom da campanha, apoio ao PSDB e queda nas pesquisas

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"As eleições de 2014 foram uma fraude. Uma fraude praticada pelos partidos que usaram dinheiro do caixa 2, que abusaram do poder econômico e da violência política", declarou a candidata da Rede.

"Aliás, violência política que começou em palavras e agora se traduz em ato. Porque quando a gente se omite com violência política, quando ela inicia na forma de desconstrução de biografias, na calúnia, na difamação, a consequência é a evolução disso, é transformar a violência em ato, em eliminação do adversário. [...] O Brasil precisa sair desse ciclo perverso de polarização. Do discurso fácil, da mentira e da inquisição", complementou.

Marina Silva foi a sexta presidenciável a participar da série de entrevistas do G1 e da CBN com os candidatos à Presidência. Os presidenciáveis são entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Cássia Godoy, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.

Assista à íntegra de todas as entrevistas

Nas eleições de 2014, Marina assumiu a cabeça de chapa do PSB após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo no litoral de São Paulo durante a campanha eleitoral. À época, Marina era a vice de Campos.

Nas primeiras semanas após a tragédia aérea, Marina cresceu nas pesquisas e chegou a ficar em empate técnico com Dilma na liderança dos levantamentos eleitorais. Na votação do primeiro turno, entretanto, ela acabou perdendo a vaga no segundo turno para Aécio, ficando na terceira colocação, com 22 milhões de votos.

Veja outros temas da entrevista:

Queda nas pesquisas

Marina Silva comentou durante a entrevista sobre sua queda na última pesquisa dos institutos Datafolha e Ibope. Ela atribuiu os resultados das pesquisas como uma "oscilação".

O levantamento divulgada pelo Ibope na terça (11) mostra que a presidenciável da Rede caiu três pontos, passando de 10% para 7%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

O Datafolha também detectou na segunda-feira (10) queda de Marina. Segundo o instituto, ela passou de 16% para 11%. A margem de erro da pesquisa do Datafolha é de dois pontos percentuais (com a margem de erro, ela tem de 9% a 13%).

"É uma oscilação. Ainda não é um dado consolidado. Vou continuar fazendo meu trabalho", enfatizou.

Ela reclamou de falta de insonomia entre os candidatos na disputa eleitoral e disse que é vítima de um "bloqueio institucional". Marina ressaltou que tem apenas 21 segundos em cada bloco do horário eleitoral e criticou a divisão dos recursos do fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão criado pelo Congresso Nacional para compensar a proibição de as empresas fazerem doações eleitorais.

A divisão do fundo levou em conta, principalmente, a composição dos partidos na Câmara e no Senado em agosto de 2017 e também o total de votos de cada legenda nas eleições para deputado federal de 2014.

Entenda a divisão dos recursos do fundo eleitoral

A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, teve direito a uma fatia de R$ 10.662.556,58 do fundo eleitoral. Já MDB, PT e PSDB receberão, juntos, R$ 632 milhões do fundo eleitoral neste ano, o que representa 36,8% do total.

"Apesar de estar disputando contra grandes estruturas, estou disputando passo a passo. Mesmo quando não tinha acontecido essa oscilação [queda nas pesquisas]. Pesquisa é resultado de momento. Vou continuar fazendo o meu trabalho. Não vou trocar princípio por voto, não vou fazer um promessômetro para iludir o eleitor", declarou.

Marina foi entrevistada por jornalistas do G1 e da CBN, em São Paulo

Marcelo Brandt/G1

Energia limpa

Presidenciável fala sobre partidos pequenos e energia renovável

Em outro trecho da entrevista, Marina Silva afirmou que, se eleita, vai incentivar e subsidiar alternativas de energia limpa. Ela prometeu construir 1,5 milhão de painéis solares e criar fazendas de energia eólica na região do semiárido.

Marina ressaltou que, na avaliação dela, o projeto de subsídio para fabricação dos painéis solares para instalação nos telhados das residências para aproveitar o potencial solar do país irá auxiliar na geração de empregos, especialmente, para jovens.

Ex-ministra do Meio Ambiente, a presidenciável classificou de "erro" o investimento que vem sendo feito pelo governo federal em energia suja, como as de usinas termelétricas movidas a carvão e diesel.

"Perpetuar esse sistema cria problemas em relação a mudanças climáticas. Não cria um novo ciclo de prosperidade", ponderou Marina.

Candidatura de Haddad

"Nós já tivemos uma situação em que uma candidata foi indicada e tivemos os problemas que temos hoje no nosso país. A população é que tem que decidir se ela quer continuar insistindo nessa forma de escolher um presidente para o Brasil. A presidente Dilma foi indicada pelo presidente Lula, chancelada pelo presidente Lula, e agora está sendo apagada da história pelo seu próprio partido, porque as pessoas pulam do governo Lula para as eleições de 2018. Como se não tivesse acontecido o governo Dilma-Temer que levou o Brasil a ter 13 milhões de desempregados, a devolver para a pobreza aqueles que havia saído."

Pinga-fogo

Marina responde às perguntas do ‘pinga-fogo’

É a favor de parceria público privada?

A favor

A favor de imposto sobre grandes fortunas?

Sim

A favor do voto obrigatório?

Não

A favor do ensino religioso nas escolas?

Em termos

A favor da prisão após condenação em segunda instância?

Sim

A favor do foro privilegiado?

Não

A favor de mensalidade nas universidade públicas?

Não

A favor de taxação de igrejas?

Não entendo o que significa taxação. Eu vou responder como Jesus: 'A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus'

A favor de diminuir o número de ministérios?

Sim

A favor da adoção de crianças por casais homossexuais?

Se o casal estiver apto, pode ser hetero ou homoafetivo, o que importa é a criança

Assista abaixo a outros trechos da entrevista de Marina Silva:

Marina fala sobre segurança pública, homicídios e violência contra a mulher

Parte 6: Marina Silva fala sobre saúde e redução do desemprego

Marina fala sobre privilégios, aposentadoria e subsídio ao diesel

Marina Silva fala sobre teto de gastos, superávit primário e Previdência

Entrevistas com presidenciáveis

Todas as entrevistas com os candidatos à Presidência serão transmitidas simultaneamente pelo G1 e pela CBN, das 8h às 9h, e contarão com perguntas de leitores do portal e ouvintes da rádio.

No dia 3, o deputado Cabo Daciolo, candidato a presidente pelo Patriota, não compareceu à entrevista marcada na rádio CBN, em São Paulo. Jair Bolsonaro, do PSL, não pode comparecer ao estúdio da CBN nesta quarta (12), onde ocorreria a entrevista, porque continua internado em um hospital se recurando do atentado à faca.

A ordem das entrevistas, definida em sorteio, é:

3/9 – Cabo Daciolo (Patriota) – Não comparaceu

4/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)

5/9 – João Amoêdo (Novo)

6/9 – José Maria Eymael (DC)

10/9 – Henrique Meirelles (MDB)

11/9 – Vera Lúcia (PSTU)

12/9 – Jair Bolsonaro (PSL) – Não comparaceu

13/9 – Marina Silva (Rede)

14/9 – João Goulart Filho (PPL)

17/9 – Guilherme Boulos (PSOL)

18/9 – Fernando Haddad (PT)

19/9 – Ciro Gomes (PDT)

20/9 – Alvaro Dias (Podemos)

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