Candidato do PSOL foi entrevistado pelo G1 e CBN. Ele também criticou o Judiciário e disse que concederia indulto ao ex-presidente Lula. Parte 3: Guilherme Boulos fala sobre reforma tributária, apoio do Congresso e voto útil
Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Presidência, criticou nesta segunda-feira (17), em entrevista ao G1 e CBN, o “voto útil” e disse que “o momento de se juntar e derrotar o atraso é no segundo turno”. Ele defendeu, no primeiro turno, o voto no projeto que o eleitor acredita.
“Tem gente que efetivamente está com medo, que olha o [Jair] Bolsonaro [candidato do PSL] crescendo, esse cara que só fala atrocidades. [...] Isso pode levar a uma ideia de não votar no projeto que acredita mais em nome de combater esse retrocesso tremendo que representa o Bolsonaro. Mas, agora, é sempre preciso lembrar o seguinte: a eleição é em dois turnos. [...] O campo democrático estará no segundo turno”, disse.
Questionado sobre o baixo desempenho nas pesquisas eleitorais, Boulos disse que a sua candidatura é diferente e não se mede com intenções de votos. “Se mede também pela elevação da consciência política. Eleição não pode ser vale-tudo, eleição tem que significar colocar grandes princípios e grandes temas em debate.” Na última pesquisa divulgada, do Datafolha, Boulos estava com 1% das intenções de voto.
Guilherme Boulos dá entrevista ao G1 e à CBN
Marcelo Brandt/G1
O candidato do PSOL foi a oitavo presidenciável a participar da série de entrevistas do G1 e da CBN com os presidenciáveis. Eles são entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Débora Freitas, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.
Guilherme Boulos tem 36 anos e é formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, já foi professor e fez mestrado em psiquiatria. Militante estudantil desde os 15 anos, já foi da União da Juventude Comunista e hoje é coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Essa é a primeira eleição de Guilherme Boulos. Ele se filiou em março ao PSOL e é o candidato à Presidência mais jovem da história brasileira.
Parte 2: Guilherme Boulos fala sobre apoio ao PT e indulto ao ex-presidente Lula
Indulto a Lula
O presidenciável disse que, se eleito, assinaria indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado na Lava Jato e está preso em Curitiba. Ele foi acusado de receber um triplex no Guarujá (SP) para favorecer a OAS.
"Assino o indulto do presidente Lula. Assino porque acho que, com todas as diferenças que tenho em relação ao PT e ao Lula, a condenação foi injusta e sem provas. O Lula foi condenado com delações apenas, com base em fuxico judicial sem ter uma única prova."
Boulos afirmou que o Judiciário, no caso de Lula, atuou de maneira política. "O indulto é uma prerrogativa constitucional que permite ao presidente da República corrigir erros judiciais. Porque nenhum poder tá acima da lei, nenhum poder é Deus. Por isso, se [fosse] presidente da República, não permitiria nenhum tipo de injustiça."
Pinga-fogo
1. É a favor da prisão após condenação em segunda instância?
Não, sou a favor de que se cumpra a constituição
2. Vai limitar a entrada de venezuelanos?
Não, de forma alguma, o Brasil tem que ser um país acolhedor.
3. Vai manter o Mais Médicos?
Vou manter, expandir
4. É a favor das cotas nos concursos públicos?
Sou plenamente a favor
5. E nas universidades públicas?
Plenamente a favor
6. É a favor do voto obrigatório?
Sou a favor
7. Vai manter o subsídio ao diesel?
Nós vamos alterar a política de preços da Petrobras
8. Vai expandir o número de embaixadas e diplomatas?
Não acredito que essa seja uma prioridade no momento para o país
9. É a favor do foro privilegiado? Em que circunstâncias?
Sou a favor da redução do foro
10. É a favor da intervenção militar na segurança nos estados, como no rio?
De jeito nenhum, o próprio exemplo do Rio mostra o fracasso disso