Intenção de recriar o imposto foi ventilada pelo núcleo econômico da campanha de Jair Bolsonaro. Nesta quarta (19), em publicação em rede social, o candidato do PSL desmentiu a intenção. O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, posou para fotos com apoiadores durante caminhada em Guarulhos (SP)
Bárbara Muniz Vieira/G1
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira (20) durante ato de campanha em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, que é contra aumentar a carga tributária e recriar a CPMF, imposto que incide sobre movimentação financeira.
Alckmin visitou uma igreja no Centro de Guarulhos e caminhou por uma praça na companhia de apoiadores e correligionários.
"Nós somos contra aumentar a carga tributária. Somos contra recriar, trazer de volta a CPMF, que é um imposto em cascata, um imposto ruim, que vai afetar o pequeno, a população de menor renda. Vai afetar a classe média", disse.
O candidato do PSDB voltou a falar em unificação de impostos e simplificação tributária. "O mundo inteiro faz o IVA – que é o que nós vamos fazer – Imposto de Valor Agregado. Nos vamos é simplificar: tirar cinco impostos e apertar o cinto do governo para não apertar o cinto da população. É fácil fazer ajuste passando a conta para o povo", afirmou.
Paulo Guedes, orientador econômico da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta terça-feira (18), de acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", que estuda a criação de uma alíquota única do IR de 20% para pessoas físicas e jurídicas. Guedes disse, ainda, que pretende recriar um imposto nos moldes da CPMF.
Depois da repercussão da fala de Paulo Guedes, o candidato do PSL à Presidência da República negou na noite desta quarta-feira (19) em rede social que pretenda, se eleito, recriar a CPMF. O presidenciável disse que "querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória".
Geraldo Alckmin caminhou no Centro de Guarulhos (SP) e posou para fotos com apoiadores
Bárbara Muniz Vieira/G1
Rendimento do FGTS
Geraldo Alckmin também criticou o rendimento do FGTS e da poupança nos últimos anos. Ele afirmou que, se eleito, vai aplicar a Taxa de Longo Prazo (TLP) no rendimento do fundo.
"O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que hoje praticamente rende 3% mais TR [Taxa Referencial], dá pouco mais de 3% ao ano, vai ser TLP [Taxa de Longo Prazo], vai render 6,5% ao ano", disse.
"Se a gente pegar ao longo dos últimos 20 anos o fundo de garantia rendeu menos que a inflação. A poupança do trabalhador e o fundo de garantia derreteu. Nós vamos fazer justiça aos trabalhadores e as trabalhadoras", afirmou.
Nos últimos 17 anos, o FGTS acumulou perda de quase 40% para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Adversários
Geraldo Alckmin também alfinetou os adversários – Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Ele atribuiu a onde de desemprego do país ao PT e criticou ideias defendidas pelo candidato do PSL de ampliar o acesso a armas para o cidadão comum como forma de proteção contra a violência.
"Se chegarmos no segundo turno, nós vamos ganhar essa eleição. Nós temos de um lado o PT que levou o Brasil a 13 milhões de desempregados, e temos do outro lado a bala. Não se resolve desemprego à bala, não cria creche à bala, não se faz hospital à bala, não se constrói um país melhor", afirmou.
"Aliás o primeiro tiro do candidato da bala foi dado contra o povo, já querendo criar CPMF, já querendo criar mais um imposto para a população sofrida do Brasil. Nós vamos apertar o cinto do governo para poder fazer o Brasil crescer", disse.