Em abril, Ministério da Justiça já havia lançado edital prevendo outras 6 mil vagas. Ao todo, serão oferecidas 9.395 vagas em 412 comunidades terapêuticas com gasto previsto em R$ 90 milhões. Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Torquato Jardim participam de solenidade no Planalto
Marcos Corrêa/PR
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, anunciou nesta terça-feira (9), em solenidade com a presença do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, mais 3.395 vagas em comunidades terapêuticas para acolher e recuperar dependentes químicos.
Em abril, o Ministério da Justiça já havia lançado edital prevendo outras 6 mil vagas. Com as vagas anunciadas neste terça, serão oferecidas 9.395 oportunidades.
O governo investirá R$ 90 milhões para custear as vagas, recursos das pastas da Justiça, Saúde e Desenvolvimento Social.
Torquato Jardim informou que o governo conseguiu, por meio de revisão de gastos, ampliar o número de vagas. Os dependentes químicos serão distribuídos em 412 comunidades terapêuticas selecionadas pela pasta que tratam dependente de drogas, álcool e outras substâncias.
Ao todo, 614 comunidades se inscreveram no edital. As 412 credenciadas serão chamadas, conforme o ministro, para assinar os contratos a partir desta quarta-feira (10). A liberação dos recursos leva, em média, de 30 a 45 dias.
De acordo com o Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, as 9.365 mil vagas poderão acolher cerca de 28 mil pessoas por ano, já que o tratamento tem duração média de quatro meses.
"Essas vagas podem ter uma média de quatro meses de tratamento, ou seja, essas 9 mil vagas se multiplicam durante o ano por três, algo em torno de 28 mil atendimento a essas pessoas no Brasil inteiro", explicou.
Responsabilidade social
Temer fez um rápido discurso durante a cerimônia, no qual afirmou que seu governo teve dois "conceitos", o da responsabilidade fiscal e o da responsabilidade social.
Para o presidente, o repasse de recursos para custear vagas em comunidades terapêuticas se encaixa no conceito da responsabilidade social. Ação, segundo ele, ajuda a recuperar dependentes químicos, com reflexos nas famílias e na sociedade.
"Está se promovendo a recuperação daqueles que se desviaram dos propósitos de uma sociedade mais tranquila, daqueles que em razão da droga acabam afetando as famílias e, portanto, afetando o concerto social, dando uma instabilidade social extraordinária. Eu conheço famílias e famílias desesperadas com essa questão da droga", disse Temer.
Acolhimento voluntário
Torquato Jardim destacou que o dependente químico é acolhido pela comunidade de forma voluntária. Segundo ele, esse modelo de tratamento é mais eficaz do que a internação compulsória.
"Essa voluntariedade é muito mais eficaz do que a tradicional internação compulsória. O índice de sucesso é ordem de 30% dos que se submetem a essa recuperação", ressaltou.
Conforme o Ministério da Justiça, o acolhimento de um dependente químico na comunidade terapêutica exige a realização prévia de diagnóstico, feito por médico de rede privada ou pública ou contratado pela própria comunidade.
O acolhimento pode ser estender por até 12 meses consecutivos ou intervalados, em um intervalo de 24 meses.
Cada comunidade deve manter equipe com ao menos dois profissionais de diferentes formações em ciências humanas ou de saúde, com experiência comprovada na área de dependência química.