Proposta do presidente dos EUA para resolver paralisação parcial do governo foi duramente criticada por organizações de defesa dos imigrantes
Organizações de defesa dos imigrantes nos Estados Unidos criticaram neste sábado a proposta do presidente do país, Donald Trump, para resolver a paralisação parcial do governo e afirmaram que os planos apresentados por ele estão cheios de "ideais fracassadas".
Em discurso na Casa Branca, Trump ofereceu uma prorrogação de três anos do Programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca) e a ampliação pelo mesmo período do Status de Proteção Temporária (TPS) de milhares de imigrantes. Em troca, o presidente pediu financiamento para o muro com o México.
"As propostas de Trump não são sérias e não representam outra coisa que um esforço para minimizar sua culpa pela paralisação do governo, algo que ele estava 'orgulhoso' em fazer em troca de seu 'muro de vaidades'", afirmou em comunicado a diretora da Coalizão de Comunidades da Fronteira Sul (SBCC), Vicki Gaubeca.
A SBCC, que representa 60 organizações que trabalham em favor das comunidades de imigrantes na fronteira dos estados da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas, pediu uma solução permanente para os jovens beneficiados pelo Daca antes que o Congresso aceitar a proposta de Trump e destinar recursos para a construção do muro.
"Isso tudo deve terminar onde o último Congresso deixou: nem um centavo para o mortal, prejudicial e ineficaz muro", defendeu.
Já o cofundador da Coalizão Ato dos Sonhos (DRM), Cesar Vargas, afirmou que sua organização não aceitará nenhum tipo de acordo que não inclua uma solução permanente para regularizar o status migratório dos "dreamers", como são conhecidos os jovens que chegaram aos EUA ainda crianças e foram beneficiados pelo Daca.
"Precisamos de uma solução permanente para criar um caminho para a cidadania dos 'dreamers', não outra gambiarra", disse Vargas.
O representante da Aliança San Diego na Califórnia, Itzel Guillen, disse que Trump utiliza os 'dreamers' e as famílias de imigrantes como "fichas de negociação" para financiar seu "perigoso e mortal muro".
Fonte: Agência Efe
