Aos usuários baianos da BR-101, que corta o estado desde a fronteira com o Espírito Santo até a divisa com Sergipe, uma boa e uma má notícia. A boa é que a estrada vai ser totalmente duplicada até Salvador. A má é que ela vai ser pedagiada. “Outra grande notícia é a construção de uma ferrovia no sentido sul-norte, saindo de Belo Horizonte até Recife, passando por Salvador, Aracaju e Maceió. Um tronco absolutamente necessário, principalmente para o polo industrial aqui da Bahia”, destaca Jaques Wagner.
Ele esteve ontem em Brasília para participar do anúncio da presidente Dilma Rousseff sobre o novo pacote de medidas para rodovias e ferrovias. O investimento em todo o país será de R$ 133,5 bilhões, sendo R$ 42,5 bilhões para a duplicação de 5,7 mil quilômetros de rodovias e 91 bilhões para reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. Do montante, ainda não foi definido quanto virá para a Bahia, mas o governador adianta que “são investimentos grandes”.
O economista e professor da Ufba Armando Avena não pensa assim. Para ele, a Bahia “foi pouco contemplada no pacote, pois é o 4º maior estado da federação e tem várias deficiências crônicas”. Entre as deficiências não contempladas no pacote, o especialista cita a BR-116, principalmente o trecho de Feira de Santana.
“A 116 é a principal via de escoamento de todo o estado, e já está sobrecarregada”, critica. Para ele, outro trecho que “precisa de duplicação urgente” é o que liga os municípios de Mucuri a Eunápolis, no sul do estado.
“Por lá passam centenas de caminhões todos os dias e só tem uma via. Se duplicasse, a Bahia podia ganhar mais investimentos, principalmente na área de celulose, e também ia estimular a economia regional, que iria escoar melhor a produção”, projeta Avena, que também se diz desconfiado com relação à concretização das ferrovias anunciadas. “Temos aí a ferrovia Oeste-Leste, que só tem 5% das obras concluídas, e a Juazeiro-Aratu, que foi abandonada. Espero que não aconteça o mesmo com essa”.
Pedágio: Mas se você está preocupado com a questão do pedágio, talvez fique menos chateado quando souber que o modelo de concessão das rodovias prevê a seleção das concessionárias pelo menor valor da tarifa a ser cobrada e que a empresa vencedora da licitação só poderá começar a cobrar quando pelo menos 10% das obras previstas estiverem concluídas. O ministro dos Transportes, Paulo Passos, também fez questão de frisar que não será cobrada tarifa na área urbana.
Por: Correio