Os nove vereadores do município de Jucuruçu reuniram-se em sessão ordinária na noite desta quinta-feira (25), oportunidade que decidiram por unanimidade afastar o prefeito Manoel do Carmo Loyola (PP) do cargo. A votação do afastamento foi motivada por denúncias de irregularidades na aplicação dos recursos das mais variadas secretarias municipais, principalmente saúde e educação, atraso de salários dos servidores públicos, o sumiço do gestor após as eleições, e um fato inédito para a administração pública regional, já que desde fevereiro deste ano de 2012 o prefeito Loyola não envia os balancetes mensais de sua gestão à Inspetoria do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que no caso de Jucuruçu fica em Eunápolis. Sem esses balancetes, o que deve gerar pedidos de representações futuras ao Ministério Público, os vereadores ficam impossibilitados de acompanhar a entrada de receita e as despesas.
Informações dão conta que o plenário da Câmara Municipal ficou pequeno para tanta gente e dezenas de moradores ficaram aglomerados em frente ao Legislativo. Diversos funcionários da prefeitura, esses que estão há quatro meses sem receber, aglomeram-se também nos arredores da prédio da câmara, exigindo uma resposta dos vereadores.
Quando foi aberta a votação e os nove vereadores optaram pelo afastamento do gestor, os moradores comemoraram. O afastamento é pelo prazo de 15 dias e se quiser, Loyola poderá se defender no próprio plenário da Câmara Municipal de Vereadores. Caso contrário ficará mantido o afastamento e caso queira retornar ao comando do município, Manoel Loyola terá que conseguir uma decisão favorável na Justiça. Segundo relatos dos próprios vereadores durante a sessão desta quinta-feira (25), desde o último dia 7 de outubro, quando perdeu a reeleição, Manoel do Carmo Loyola sumiu. Até o tesoureiro municipal, Célio Nogueira, não tem sido visto na cidade nesses últimos dias.
Posse do vice-prefeito: Segundo informou o vereador Paulinho de Miguelão, presidente da Câmara Municipal, nesta sexta-feira (26) o vice-prefeito Gilberto Nogueira “Gélo” (PP), que já tinha rompido politicamente com Loyola, tomará posse. “A posse de Gélo vai acontecer para que a prefeitura volte a funcionar, pois aqui quase tudo está parado”, explicou a vereadora Jane Lacerda.
Atrasos: Cogita-se nos bastidores políticos de Jucuruçu que o Poder Judiciário pode adotar a medida de bloquear os recursos municipais a qualquer momento. Essa medida seria uma forma de pelo menos garantir o pagamento dos salários atrasados de quatro meses dos funionários públicos municipais. Como a prefeitura é a maior fonte empregadora do município, o comércio vive dias de vendas baixas. Sem receber, alguns servidores denunciam que estão contando com a ajuda de familiares para comprar alimentação. Outros estariam à beira de passar fome.
Por: Ronildo Brito