Teixeira de Freitas: Desde a última quinta-feira (10/07), que os funcionários da empresa Resgate Construção, terceirizada da empresa MRM, responsável pelo esgotamento sanitário da cidade, paralisaram suas atividades, por falta de pagamento. Na manhã desta segunda-feira (14), eles fizeram uma manifestação pacífica na porta do escritório do canteiro de obras.
São cerca de 20 homens, que foram convidados para trabalharem em Teixeira de Freitas, com uma proposta de encher os olhos, mas quando chegaram de Salvador, cidade de origem, tiveram uma triste surpresa. O alojamento, que até hoje eles estão, estava impróprio para moradia, os trabalhadores, tiveram que tirar de uma das casas, cerca de 05 caminhões de lixo. Ainda, não tem camas, e toda a estrutura é precária.
São duas casas, e mesmo assim não é suficiente. “Isso que estamos vivendo é uma vergonha, todos nós somos profissionais e pais de família e estamos em um regime de escravidão”, alega um dos trabalhadores. Mas, o maior motivo da paralisação é a falta de pagamento. “Temos família em nossa cidade, eles estão passando dificuldades, hoje não podemos nem mandar dinheiro, a única forma que encontramos para que eles resolvam nosso caso, é divulgar o que está acontecendo”, desabava o trabalhador.
Ainda, segundo os prestadores de serviço, o dono da casa que eles “moram” informou que vai despeja-los nesta terça-feira (15), por falta de pagamento. Eles nem sabem para onde irão. Hoje eles recebem farda usada, não usam equipamentos de segurança, reclamam da comida servida, muitas vezes azeda e com muito osso. Além de todos estes problemas, eles denunciam que ainda tem colegas dos quais a empresa não assinou carteira de trabalho.
“Vejo colegas todos os dias passando mal, coceiras no corpo com uniformes usados que recebemos, não conhecemos nada e nem ninguém na cidade, estamos passando por tudo isso, porque fomos iludidos”, declara o encarregado Nilton Rodrigues de Oliveira. De acordo os manifestantes ainda têm funcionários que nem fizeram os exames admissionais (exames médicos como um passo prévio à contratação para avaliar a capacidade do candidato para o trabalho).
Nossa equipe entrou em contato com Luciano, engenheiro da MRM, e responsável por toda a obra, e ele ficou de mandar uma nota. Contudo, até o fechamento desta reportagem esta nota à imprensa não havia chegado. Os trabalhadores irão fazer outra manifestação na manhã desta terça-feira.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews