Desde o final da última semana que as cidades da região Extremo sul estão enfrentando um surto de conjuntivite, uma doença que ataca os olhos, provocando irritação, mal-estar e dificuldade de enxergar. Em cidades como Teixeira de Freitas e Itamaraju, algumas diretorias de escolas públicas estão dispensando os alunos com os sintomas da doença, para evitar um número ainda maior de casos. Em localidades como os distritos de Corumbau e Cumuruxatiba, no município do Prado, a procura está sendo grande nos postos de saúde, com crianças e adultos apresentando os sintomas da doença.
Na tarde desta segunda-feira, dia 11, a escola de idiomas CNA, localizada na Rua Princesa Isabel, centro de Itamaraju, suspendeu suas atividades momentaneamente, pelo menos até que um dos educadores se recupere da doença e também para que não haja contaminação dos alunos.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular(o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Pode atacar os dois olhos, durando de uma semana a quinze dias e não costuma deixar sequelas.
Podem ser ocasionadas por fatores alérgicos, irritativos ou infecciosos e cada um deles necessita de tratamento específico. O olho torna-se vermelho, edematoso, lacrimejante, com sensação de corpo estranho, às vezes com secreção. A doença é relacionada aos hábitos de higiene dos indivíduos. Pode ocorrer também em animais.
Embora as conjuntivites possam ser de causa alérgica, viral, bacteriana ou por irritação química, somente as infecciosas (virais e bacterianas) é que são contagiosas. As virais são as que mais freqüentemente são causas de epidemias. Para combater uma epidemia é importante que as pessoas com conjuntivite, bem como as que não apresentam a infecção, tenham algumas informações que são úteis para a sua proteção e para evitar o contágio.
O tratamento da conjuntivite é determinado pelo agente causador da doença. Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. Já, o tratamento da conjuntivite bacteriana inclui a indicação de colírios antibióticos, que devem ser prescritos por um médico, pois alguns colírios são altamente contra-indiciados, porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro.
Cuidados especiais com a higiene ajudam a controlar o contágio e a evolução da doença. Qualquer que seja o caso, porém, é fundamental lavar os olhos e fazer compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico comprado em farmácias ou distribuído nos postos de saúde.
Segundo o oftalmologista Carlos Lima, que possui um consultório na rua D. Pedro I, no centro de Itamaraju, tem sido grande a procura por parte de pacientes, sem distinção de idade. O especialista informa que a chegada do período mais frio do ano facilita a proliferação da doença. Nos períodos mais frios normalmente as pessoas permanecem por mais tempo em ambientes fechados, onde o contato físico é mais freqüente.
Como não existe do ponto de vista clínico a não ser passar por um especialista e aguardar de cinco a sete dias fazendo o tratamento com colírios, para as secretarias municipais de saúde é aconselhada a realização de campanhas publicitárias que visem informar à população, principalmente sobre as noções de higiene que podem ser decisivas para que a doença não se espalhe. Também é aconselhado às pessoas que trabalhem em contato com o público permaneçam em casa até o final do tratamento. Até a equipe do Teixeira News não vem conseguindo trabalhar com força máxima nesses últimos dias, já que o Portal de Notícias teve que dispensar profissionais que contraíram a doença.
Por: Ronildo Brito