O beija-flor Glaucis dohrnii, espécie endêmica da Mata Atlântica que ocorre entre o sul da Bahia e o norte do Rio de Janeiro, surpreendeu a equipe de monitoramento de avifauna da Fibria em recente campanha realizada entre os municípios de Teixeira de Freitas e Vereda, no sul da Bahia, na Fazenda Alcoprado, área de conservação ambiental da empresa. Uma ave que havia sido registrada pela equipe em março de 2008 e devidamente anilhada foi reencontrada. O resultado significa uma sobrevida de 7 anos e 4 meses, um recorde para a espécie, segundo observa Thiago Rizzo, analista de Meio Ambiente Florestal da Fibria.
Quando anilhado, em 2008, o beija-flor já era adulto. Rizzo explicou que, de acordo com a literatura científica, o tempo médio de vida dos beija-flores na natureza gira em torno de 5 anos, daí a surpresa com o "vovô beija-flor" reencontrado em Alcoprado. A região, segundo ele, é a área com maior riqueza de biodiversidade no extremo sul baiano.
A longevidade do Glaucis dohrnii indica que o fragmento florestal mantém as condições ambientais necessárias para a espécie e para esse indivíduo em particular, possibilitando a sua sobrevida. Além disso, aponta para uma espécie com metabolismo muito alto, capaz de ter uma vida relativamente longa, o que possibilitaria às aves adultas sobreviver bem a flutuações naturais do ambiente, com condições de se propagar adequadamente, sustentando a população a longo prazo.
O beija-flor consta da lista de aves ameaçadas do Brasil desde 1967. Também está na lista de aves ameaçadas do estado do Espírito Santo, organizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama-ES), e na lista da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). A região de Alcoprado, onde a ave foi registrada, abriga atualmente a maior população da espécie, estimada em aproximadamente 100 indivíduos.
Além do Glaucis dohrnii, a campanha de monitoramento de avifauna em Alcoprado localizou outras 12 espécies de aves ameaçadas que constam da lista da IUCN ou da lista da Seama-ES. "As aves são importante bioindicadoras da qualidade do ambiente nas áreas florestais da Fibria", explica o coordenador de Meio Ambiente Florestal da empresa, Juliano Dias Ferreira. Segundo ele, há mais de uma década a Fibria faz o monitoramento de aves em suas áreas e os resultados permitem concluir que as condições de manejo adotadas pela empresa têm favorecido a presença de diversas espécies.
Por: Liberdadenews/Ascom