Dando continuidade ao Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda no Estado da Bahia, foi realizada na tarde de quinta-feira (07/01) uma nova reunião da Comissão Técnica Regional (CTR), quando foram apresentados o Plano Operacional e a Campanha Publicitária do programa. O evento prossegue com o trabalho de conscientização do público interessado e participante do programa: presidentes dos Sindicatos Rurais, presidentes das entidades de produtores rurais (incluindo mel, mamão, cacau, café, eucalipto e de outras culturas interessados), representantes das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente das Prefeituras das regiões Sul e Extremo Sul da Bahia. A reunião aconteceu no escritório da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) de Teixeira de Freitas (BA).
“O Plano Operacional e a Campanha Publicitária serão realizados nos próximos seis meses, apesar de termos observado a redução da incidência da lagarta parda nas culturas daquela região. Isto porque nosso objetivo maior é conscientizar os produtores para a importância do controle conjunto da praga que é natural da região e pode causar problemas ano a ano se não houver esse cuidado”, explica Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.
O Plano Operacional inclui: contratação de equipe técnica específica, coordenada por Paulo Andrade; capacitação e apoio técnico/logístico aos produtores rurais do Sul e Extremo Sul da Bahia, visando o controle efetivo da Lagarta Parda; difusão do conhecimento sobre a biologia da praga, seus hospedeiros e inimigos naturais; difusão do conhecimento sobre o monitoramento para o controle da praga; valorização e difusão do conhecimento do Manejo Integrado de Pragas, visando estabelecer estratégias de manejo envolvendo o controle biológico - ferramenta que prioriza a preservação ambiental e a saúde humana; formação de uma rede regional de informações para unificação da tomada de decisão no controle da praga; estabelecimento de parcerias com Prefeituras Municipais, Instituições de Ensino e Pesquisa, Sindicatos, Associações de Produtores Rurais e Indústrias do setor; incentivo, apoio e fomento de ações de educação ambiental junto às comunidades locais, através de palestras nas escolas e associações de produtores rurais.
A Campanha Publicitária, que chegou às ruas da região a partir de 11/01, inclui: outdoors, cartilha (folder) informativa, spot de rádio, VT e peças para Internet e redes sociais. Para apoio ao Plano Operacional, também foi produzido vasto material: adesivagem dos carros, camisas, cartões de visita, banners, modelos de papel timbrado e power point. A cartilha traz informações sobre a praga: biologia, plantas hospedeiras, ocorrência, monitoramento e controle, saúde humana etc. No material é possível ainda ter informações sobre o programa e contatos para mais informações e apoio técnico. Para leitura e download: http://issuu.com/abaf_2014 e no site da ABAF (http://abaf.org.br). O VT pode ser acessado no canal You Tube da ABAF: https://www.youtube.com/channel/UCCbCiXbuDBQp-_-Eg6bVI3g.
O secretário estadual da Seagri, Vitor Bonfim, lembrou que a lagarta parda, cujo ataque provoca o desfolhamento das plantas, já ocorre em 14 estados brasileiros, o que torna a questão um problema nacional diante dos problemas que causa com graves reflexos na pauta de exportação. "A defesa agropecuária é uma das prioridades do governo, mas a participação do setor privado e dos produtores rurais é indispensável, sendo a informação e conscientização fatores de grande importância para viabilizar as ações de prevenção e de controle à praga", disse.
De acordo com Armando Sá, diretor da Adab, “as lagartas estão entre as principais pragas que atingem os plantios da região. São 110 espécies de lagartas nativas do Brasil. Picos populacionais da praga geralmente estão associadas aos eventos que deflagrem algum tipo de desequilíbrio ambiental. Como ferramenta desse controle, foi criada a CTR que é de suma importância, pois ela agrega todos os elos da cadeia envolvidos”, explicou.
O programa - O Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda no Estado da Bahia foi lançado em 02 de outubro de 2015 pela a Secretaria da Agricultura (Seagri-BA), através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e entidades parceiras, durante um seminário que reuniu mais de 170 pessoas no Parque de Exposições de Teixeira de Freitas (BA).
Dando continuidade ao programa foi realizado em 25 e 26/11/15 a Capacitação de Líderes no Monitoramento, Controle e Fiscalização da Lagarta Parda no Sul e Extremo Sul da Bahia. Este primeiro treinamento técnico do programa foi realizado no auditório da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e contou com participação de aproximadamente 60 profissionais. O treinamento teve como objetivo preparar os técnicos na identificação e conhecimento da biologia da lagarta parda; identificação exata da fase de aplicação eficaz do inseticida biológico à base de Bacillusthuringiensispara controle da praga.
Ocorrências - Essa iniciativa veio após a constatação de que nos últimos meses, os plantios de eucalipto, café e de outras culturas localizados no Sul e Extremo Sul da Bahia sofreram com o ataque de lagartas, com predomínio da espécie lagarta parda (Thyrinteinaarnobia), responsável pelo desfolhamento de plantas. Este inseto é nativo, com presença já registrada ao longo dos anos em 14 estados brasileiros. Especialistas acreditam que mudanças no clima e desaparecimento de inimigos naturais podem estar favorecendo o aumento momentâneo da população deste inseto.
As lagartas (e as mariposas em que elas se transformam) ficam normalmente nas áreas de cultivo. Uma das possíveis causas da presença dos insetos nas áreas urbanas é a forte atração que a luminosidade exerce sobre as mariposas. A atração pela luz é, inclusive, utilizada no controle de surtos esporádicos desses insetos por meio da instalação de armadilhas luminosas que atraem e apreendem as mariposas.
Produto - O controle à praga de lagartas nos plantios de eucalipto está sendo realizado com o inseticida biológico à base de Bacillusthuringiensis. Trata-se de um produto biológico, de ocorrência natural, que controla de maneira eficaz as lagartas desfolhadoras. O produto é específico para lagartas, ou seja, não oferece risco à saúde do homem e animais. O mecanismo de ação do B. thuringiensis se dá através da liberação de toxina no sistema digestivo alcalino das lagartas e, por isso, é inofensivo a todos os demais organismos, inclusive aos pássaros que se alimentam das lagartas mortas.
Também não causam efeito de dispersão dos insetos para outros locais fora das áreas de controle. Além disso, preserva os inimigos naturais da praga, permitindo o estabelecimento do equilíbrio natural, assim que rompido o ciclo do surto atual. O produto (que é utilizado há mais de 70 anos) pode ser pulverizado de forma terrestre ou aérea e deve ser realizado sob rigoroso monitoramento de técnicos e de empresas especializadas.
Isso demonstra as práticas responsáveis das empresas para com o manejo florestal, preservação ambiental e respeito às comunidades circunvizinhas às suas operações. Estas iniciativas estão em linha com os padrões normativos internacionais, que orientam o uso racionalizado e previamente autorizado de produtos químicos. “As empresas de base florestal estão unindo esforços a outras instituições de pesquisa, extensão e de produtores rurais para buscar soluções coletivas que possam fazer frente ao risco de aumento desta ameaça à produtividade da agricultura na região”, informa Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.
Por: Liberdadenews/Ascom