Cento e vinte famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam na madrugada deste domingo, 3 de julho, a fazenda Conjunto União, localizada no Córrego da Barriguda, a 10 km de Cajuíta, que é distrito de Guaratinga. A fazenda, com 1.250 hectares, pertence ao Dr. Jair, que não foi encontrado por nossa reportagem neste domingo.
De acordo com informações do coordenador do MST na região, Luciano, a Fazenda Conjunto União, ocupada neste domingo já foi vistoriada pelo INCRA. Ainda segundo ele, cerca de 120 famílias começaram a levantar seus barracos e nas próximas semanas já irão dar início ao plantio de feijão, mandioca e milho.
A fazenda ocupada, para os representantes do movimento, está improdutiva, pois, dos 1.250 hectares, possui somente um alqueire de cacau, que está abandonado. Não há produção agrícola que gere empregos em massa, possui somente quatro funcionários, sendo três vaqueiros e um tratorista; e “não possui reserva legal, descumprindo a lei do meio ambiente”, afirmam os integrantes do Movimento.
José Sebastião, pai de quatro filhos, morador em Cajuíta, nos disse que sonha com um pedaço de chão para trabalhar, fazer a sua casa e colocar os seus filhos. Joventina Maria de Jesus, de 56 anos, mãe de 10 filhos, está esperançosa e faz plano para o futuro: “Quero morar com meus filhos e netos aqui, e viver longe da miséria e do desemprego”.
Uma das coordenadoras do movimento escolhida pelo acampamento, Marinéis de Jesus de Souza, de 37 anos, conhecida por Rochinha, acredita que a Reforma Agrária é a única alternativa para tirar as famílias da miséria neste país.
Os coordenadores do MST comunicaram a ocupação da fazenda Conjunto União ao Estado, e marcaram uma Assembléia Geral que aconteceu nesta segunda-feira, 4 de julho.
Por: J. Alencar/Giro de Notícias