Simões Filho: “Tem Mulher desfigurada no IML! A marcha fúnebre prossegue!” com essa palavra de ordem as mulheres feministas do município de Simões Filho, localizado a 30 Km da capital baiana, realizaram na tarde de ontem(19), marcha em defesa da vida das mulheres, organizada pelo Setorial Nacional do PSOL, com apoio dos Grupos Roseira do Morro, Juventude Organizada e Pétalas de Rosa. O objetivo do ato político foi denunciar os elevados índices de mulheres assassinadas por armas de fogos e envenenamento provocados pelos maridos das vítimas.
Simões Filho, segundo dados da Secretaria de Políticas das Mulheres, do Governo do Estado, encontra-se na quinta posição das cidades que possuem maior quantidade de casos de feminícidio na Bahia. A Ouvidora-Geral do Estado, a socióloga Vilma Reis, participou da atividade e destacou a importância das mulheres irem à Defensoria Pública registrar situações de assédio moral, agressão doméstica e violência sexual.
“Nossas mães e avós já enfrentaram o racismo e o machismo. Aprendi com a liderança Lélia Gonzalez e com o movimento negro que a mulher tem que lutar contra essa sociedade machista, racista e homofóbica. Simões Filho é um município rico, mas a situação da população ainda continua muito precária”, ressaltou a Ouvidora.
O Presidente Estadual do PSOL na Bahia, Ronaldo Santos, frisou sobre a importância do Partido Socialismo e Liberdade promover ações coletivas, em praças públicas, com o intuito de chamar atenção da sociedade e dos poderes públicos à situação de violência contra as mulheres e os inúmeros casos de homicídios originados pela cultura machista. “O partido está disposto a contribuir com as intervenções políticas que visem denunciar a opressão e o sexismo no Brasil. As mulheres quando se unem formam um verdadeiro exército de combate à exploração e à violência”, pontuou Santos.
As militantes feministas ressaltaram que as três principais reivindicações defendidas durante a marcha são: a criação de uma Delegacia Especializada de Apoio à Mulher (DEAM), Casas de Apoio e a efetivação da Lei Maria da Penha. “Muitas mulheres quando são violentadas pelo companheiros acabam não registrando a queixa na delegacia porque dependem da residência dos maridos para morar. A Casa de Apoio vai servir como um local para abrigar e acolher as vítimas de agressão”, explica a liderança Cleide Coutinho, da Secretaria de Direitos Humanos do PSOL.
Dandara Cruz, integrante do Diretório do PSOL de Simões Filho, lembrou que a ideia do Projeto “Marcha Fúnebre” surgiu da necessidade de conscientizar a população da cidade sobre o elevado feminicídio e a carência de políticas públicas destinadas às mulheres.
Por: Ascom