O prefeito de Teixeira de Freitas, Padre Apparecido Rodrigues Staut (PSDB), ao lado do seu vice-prefeito Hosmário Ferreira e do chefe de gabinete Plínio Dantas, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa no final da tarde desta quinta-feira (17/06), no seu gabinete, para apresentar para a sociedade, a conquista da UCT – Unidade de Coleta e Transfusão, em convênio com o HEMOBA – Hemocentro da Bahia e a instalação da OPO – Organização de Procura de Órgãos que funcionará no mesmo local do hemocentro como unidade de captação de órgãos para o salvamento de outras vidas.

O prefeito se fez ainda acompanhar da médica hematologista Simone Lígia Teixeira, coordenadora técnica do Hemocentro; da enfermeira Cristiane Nardaci Rodrigues da OPO e da equipe do Hemocentro Bahia que veio de Salvador e se encontra em Teixeira de Freitas nesta fase de instalação da UCT, formada pelo bioquímico Rodrigo Tínel, bióloga Elisabeth Rocha, engenheiro Mallan Neres e do diretor administrativo Luciano Rocha.

Segundo o prefeito Padre Apparecido, a UCT - Unidade de Coleta e Transfusão de Teixeira de Freitas, que vai atender uma demanda regional de pelo menos 13 municípios do baixo extremo sul, terá uma capacidade para acolher 40 doadores por dia, onde em cada doação serão produzidos três hemocomponentes: Concentração de Hemáceas no Sangue, Plasma Sanguíneo e Plaqueta Sanguínea.  

O bioquímico Rodrigo Tínel destacou a grande importância da doação de sangue e informou que cada doador que for ao banco de sangue do Hemoba, estará oferecendo chance de salvar três vidas, e sendo 40 doadores por dia, serão 1.200 doadores por mês ou 14.400 doadores por ano, o que significa, mesmo considerando as perdas naturais dos componentes, cerca de 30 mil vidas salvas por ano na região.  

A grande vitória como ressalta o Padre Aapparecido, é a produção de plaqueta sanguínea que vai conseguir salvar pessoas com doenças crônicas e de grandes resistências, como a dengue hemorrágica, leucemia, câncer ou pessoas com problemas de coagulação, como as que passaram por cirurgias complexas.  

Segundo a coordenadora técnica do Hemoba, a médica hematologista Simone Lígia, as plaquetas são pequenas partículas (parecidas com uma célula), cuja função é auxiliar no processo de coagulação do sangue. Ou seja, elas são agentes protetoras do organismo. As pessoas necessitadas de plaquetas são pacientes que acabaram de passar por transplante de medula óssea, por sessões de quimioterapia (tratamento comum usado contra o câncer) e por cirurgias complexas, como as cardíacas. Essas pessoas apresentam pouca quantidade de plaquetas no sangue, o que as tornam mais suscetíveis a hemorragias. Para que o organismo desses indivíduos recupere as suas funções normais, precisa receber plaquetas de um doador e não necessariamente irão precisar de uma transfusão completa de sangue.

Lembra a Drª Simone Lígia que os critérios para ser um doar são os mesmos exigidos para uma doação normal de sangue: possuir boas condições de saúde, ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, que não esteja em jejum, não ter ingerido alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação, ter dormido ao menos seis horas no dia anterior a doação e, no dia de se apresentar ao hemocentro, mostrar um documento de identificação com foto (como carteira de identidade e habilitação, passaporte ou carteira de trabalho). No entanto, é preciso que o doador apresente uma quantidade plaquetária acima de 150.000/mm3 de sangue, esteja com as veias em boas condições (para facilitar o procedimento) e também não tenha tomado, sete dias antes, medicamentos anticoagulantes (que dificultam a coagulação), como os que contêm ácido acetilsalicílico. Vale lembrar que um mesmo indivíduo pode doar plaquetas até quatro vezes por mês, respeitando o intervalo de 48 horas entre cada doação.

“Atualmente a saúde de Teixeira de Freitas custa aos cofres públicos a quantia de R$ 4 milhões por mês, mas temos conseguido avançar a cada dia. Fomos a primeira cidade do interior da Bahia a realizar cirurgia do coração e instalar um sistema de alta complexidade na saúde pública. Estive recentemente na Fundação Pró-Rim em Joinvile, no estado de Santa Catarina, conhecendo os trabalhos daquela instituição, porque também objetivo instalar em Teixeira, uma unidade de transplante de rim e já estou conversando e me entendendo com a equipe especializada que poderá viabilizar para nós o projeto deste outro avanço na saúde pública de Teixeira de Freitas”, informou o Padre Apparecido.

Durante a entrevista coletiva houve um momento tenso, quando o prefeito Padre Apparecido fez um desabafo e alertando a sua equipe, disse não admitir que alguém  do seu quadro administrativo ou colaborador, esconda dele qualquer ato que envolva a honra do município e da sua administração, dizendo que vai investigar quem foi o responsável que promoveu a operação abafa que não lhe deixou ficar sabendo sobre o episódio lamentável ocorrido na cidade, quando no início do mês, uma moradora do bairro Nova América ficou paraplégica ao tentar se imunizar com a vacina de combate ao vírus da gripe A H1-N1. O prefeito soube do episódio por meio da imprensa presente na coletiva, quando a repórter Kátia Pertesi, da TV Sul Bahia indagou sobre as providências do município em relação ao caso ocorrido com uma estudante universitária da cidade. O prefeito disse mesmo que tardio e tendo ciência que o caso foi uma fatalidade rara, que vai procurar os familiares da moça para oferecer ajuda.

No início deste mês de junho, a acadêmica de direito da Faculdade Pitágoras, Rivana Ribeiro, 31 anos, casada e mãe de dois filhos, moradora do bairro Nova América, ficou tetraplégica ao tentar se imunizar com a vacina de combate ao vírus da gripe A H1-N1, popularmente conhecida como suína. A moça foi levada para uma unidade especializada em Colatina/ES., onde passou uma semana na UTI e hoje vem se recuperando bem dos movimentos das mãos. Os especialistas disseram que o caso acontecido com a acadêmica foi um lamentável acaso, esclarecendo que o seu organismo não aceitou a vacina que uma vez injetada, lhe desenvolveu um vírus que resultou numa lesão medular com perda de controle e sensibilidade nos membros inferiores. Esta reação acontece somente em uma pessoa em cada 10 milhões de vacinados no planeta, a qual ainda não é totalmente compreendida pela comunidade científica. Tanto que no mundo só foram registrados quatro casos até agora nos 3 meses de existência da vacina, uma pessoa na França, uma no Rio de Janeiro, outra em Vitória e a quarta na cidade de Teixeira de Freitas.  

Por Athylla Borborema