Após constantes adiamentos, estava marcado pra aconteceu nesta última segunda-feira, dia 5 de dezembro, o júri popular dos acusados de envolvimento no assassinato do radialista Ronaldo Santana, crime ocorrido em 10 de outubro de 1997, quando o mesmo se dirigia para apresentar o seu jornalístico matinal na Rádio Jornal de Eunápolis.
Deveriam ser julgados o ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Ernesto Ribeiro da Silva, o “Paulo Dapé”, acusado de ser o mandante, o bancário Antônio de Oliveira Santos (Toninho da Caixa), Maria José Ferreira de Souza (conhecida como Maria de Sindoiá) e Waldemar Batista de Oliveira (Dudu). Mas em virtude de uma manobra legal da defesa dos acusados, mais uma vez o julgamento terminou adiado.
Ao abrir a sessão de julgamento, o juiz Otaviano Andrade Sobrinho, titular da Vara Crime de Eunápolis, declarou que não haveria o júri e fez um desabafo, alegando que sempre tenta cumprir sua obrigação frente ao processo da morte de Santana, mas as manobras da defesa dos acusados junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA), vem provocando todos esses adiamentos.
Em todos os julgamentos marcados, a defesa conseguiu liminares. Primeiro pelo fato do TJ não ter na época, como arcar com as despesas dos jurados que residem fora de Eunápolis, depois pela desistência do promotor João Alves, que justificou suspeição para atuar na acusação e esse último, que deveria ocorrer na segunda-feira, dia 5, por um suposto erro judicial.
O novo júri, segundo informou o juiz Otaviano Sobrinho, deve acontecer no próximo ano de 2017, mas se não ocorrer até o dia 10 de outubro, quando a morte de Ronaldo Santana completa 20 anos, o crime estaria prescrito e a população pode ficar sem saber se os acusados são ou não, responsáveis pela morte do radialista.
Essa mesma prescrição aconteceu no caso do jornalista Ivan Rocha, em Teixeira de Freitas, que desapareceu em 21 de abril 1991. O sumiço completou 20 anos em 21 de abril de 2011, sem que os responsáveis fossem ao manos identificados oficialmente.
O jornalista Ivan Rocha, que tinha 32 anos na ocasião, editor de três jornais e apresentador do programa jornalístico do meio dia da Rádio Alvorada AM de Teixeira de Freitas, desapareceu assim que saiu da casa de sua namorada, uma pedagoga que morava no bairro Urbis-I.
No dia do seu sumiço, Ivan havia anunciado no seu programa que entregaria ao desembargador Mário Albianni, então presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, que visitaria a cidade no dia seguinte, um dossiê com nomes de políticos e policiais que integravam o sindicato do crime na região. Nesta época Teixeira de Freitas, vivia uma onda muito grande de crimes de pistolagem e Ivan Rocha, era o seu maior combatente em suas colunas nos jornais e no seu programa de rádio.
Por: Ronildo Brito