A Bahia registrou duas fugas de presos em menos de 24 horas. O Sindicato dos Agentes Penitenciários denuncia a superlotação nas cadeias do estado. Uma das fugas foi em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, a cerca de 200 quilômetros de Salvador.
Um grupo de presos quebrou a barra de ferro de uma das celas da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior. Eles usaram a barra para quebrar os cadeados das outras celas e, com cordas feitas com lençóis, pularam o muro.
Todos os 21 presos fugiram. O local tem capacidade para seis presos. Foi a segunda fuga na Bahia em menos de 24 horas. A outra foi em Salvador. Dezessete presos conseguiram escapar da cadeia pública, um prédio branco e bege que fica num complexo penitenciário.
Os presos serraram a grade de uma das celas. Eles seriam de uma mesma facção criminosa. A fuga só foi percebida horas depois. A cadeia tem capacidade para 880 presos, mas tem mais de 1.200.
“Na maioria das unidades prisionais, o agente está como refém todos os momentos em que ele entra dentro de um pátio da unidade prisional, em que há lá 20, 30, 40 vezes mais o número de presos do que o número de agentes penitenciários”, afirmou Geonias Santos, do Sindicato dos Servidores Penitenciários
“Nós temos um número grande de pessoas encarceradas e, infelizmente, isso é um fato que pode acontecer. Eu não diria superlotação, mas um processo mesmo de superencarceramento que nós temos no Brasil por conta do nosso ordenamento jurídico”, disse Major Júlio César Santos, superintendente de gestão prisional.
O governador Rui Costa mandou exonerar o diretor e o diretor-adjunto da cadeia. Uma sindicância foi aberta para investigar as fugas.