A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (6), oito mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva em Salvador, Lauro de Freitas e Santo Amaro, na região metropolitana.
A ação é mais uma fase da operação Adsumus, que pretende desarticular um esquema criminoso de desvio de verbas públicas, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro que envolvia a prefeitura de Santo Amaro. A PF não divulgou o período em que ocorriam as irregularidades. Procurada, a prefeitura de Santo Amaro afirmou que a investigação envolve a gestão anterior.
Segundo a PF, a operação ocorre em conjunto com o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). A PF diz ainda que foi determinado o bloqueio judicial de mais de R$ 38 milhões em valores, imóveis e veículos, com a finalidade de ressarcir a União pelos desvios praticados.
A investigação apurou que o esquema ilícito funcionava através de três núcleos empresariais que recebiam da prefeitura de Santo Amaro valores para realizar obras públicas, fornecer material de construção e alugar maquinário.
Além das fraudes nos processos licitatórios, parte das obras contratadas era realizada por servidores da própria prefeitura, que assim absorvia parte dos custos e possibilitava o desvio do dinheiro.
De acordo com a PF, os valores recebidos pelos empresários eram transferidos a um operador do pagamento de propina, que passava o dinheiro aos agentes políticos e servidores públicos envolvidos.
A PF diz ainda que foi identificado o pagamento de altos valores a empresas do ramo de entretenimento, mediante contratação sem licitação, cujos sócios eram os próprios secretários municipais.
Parte do dinheiro desviado era da prefeitura municipal e outra parte oriunda de programas e convênios do governo federal. Por conta disso, as investigações ocorreram tanto no Ministério Público Estadual quanto na Polícia Federal, o que resultou nesta fase da operação.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Salvador e pela Vara Criminal da Comarca de Santo Amaro, e pretendem localizar e apreender provas dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.
Fonte: G1