A Bahia é o segundo estado que mais mata mulheres, em números absolutos. De acordo com o Atlas da Violência 2018, divulgado nesta terça-feira (5), foram 441 homicídios em 2016, o que equivale a 5,7 mulheres assassinadas a cada 100 mil habitantes do estado. A Bahia perde em número apenas para São Paulo, onde foram registrados 507 homicídios de mulheres no mesmo ano (2,2/100 mil).
Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o levantamento aponta ainda um crescimento de 81,5% no número de homicídios de mulheres na Bahia, entre 2006 e 2016. O número é cinco vezes maior do que o aumento observado no Brasil, de 15,3%.
O texto explica que não é possível identificar a parcela que corresponde a vítimas de feminicídio, já que não há informações sobre este tipo específico de crime na base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade. "No entanto, a mulher que se torna uma vítima fatal muitas vezes já foi vítima de uma série de outras violências de gênero, por exemplo: violência psicológica, patrimonial, física ou sexual.
Ou seja, muitas mortes poderiam ser evitadas, impedindo o desfecho fatal, caso as mulheres tivessem tido opções concretas e apoio para conseguir sair de um ciclo de violência", acrescenta o documento. No detalhamento por raça, em um universo de 100 mil habitantes, o número de homicídios de mulheres negras na Bahia (5,9) é 1,73 vezes maior do que o registrado entre não negras (3,4).