O jovem suspeito de estar envolvido na chacina que ocorreu em Portão, município de Lauro de Freitas, em maio deste ano, foi apresentado na manhã desta terça-feira, 17. Além da apresentação de Eduardo Santos da Silva, 19 anos, também foi divulgada a informação de que o suspeito de comandar o crime, Cláudio de Jesus Soares, 33 anos, o 'Busco Peu', foi transferido do Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador, para o Presídio de Segurança Máxima, na cidade de Serrinha (a 184 quilômetros de Salvador).
De acordo com o no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Busco Peu teria determinado que os integrantes do seu grupo fossem até o bairro de Portão, em 18 de maio, para matar traficantes rivais. O bando, composto por Eduardo Santos da Silva, 19 anos, que foi preso pela polícia, Mateus Santos de Jesus, 24, Paulo Robson Carvalho dos Santos, 30, e mais dois adolescentes, que estão foragidos, teriam chegado ao local e não encontraram os rivais. Assim, atiraram contra um grupo que estava reunido.
No dia seguinte, três homens estavam comemorando o ataque, na localidade de Lagoa dos Patos, em Portão, quando foram flagrados policiais militares. O trio trocou tiros com a PM e morreu em confronto.
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), delegado Odair Carneiro, eles integravam a mesma facção do BDM, mas não participaram da chacina. Com Robson Rodrigues dos Santos e outros dois homens não identificados foram encontrados duas pistolas calibres 9mm, mesmo tipo de arma utilizada nas mortes, e um revólver calibre 38.
Envolvido no crime tinha dívida no tráfico
Apresentado na manhã desta terça, Eduardo revelou que recebeu ordens de Busco Peu, direto do presídio, para roubar. "Ele disse que era para eu roubar porque eu estava devendo a ele e precisava pagar a dívida da droga que comprei. Eu não atirei em ninguém porque minha família toda mora lá [em Portão]. Eu estava vendendo R$ 1 mil da cocaína que comprei e ele ameaçou matar meus parentes caso eu não pagasse".
De acordo com o suspeito, ao chegar no local, todos desceram do veículo, porém ele não quis acompanhá-los. Eduardo alega que não matou ninguém durante a ação e que em seguida foi para casa, mas não revelou o fato aos familiares, porque sentiu-se preocupado.
"Fiquei sentido, porque eu não queria que acontecesse a chacina, conheço alguns parentes das vítimas", revela, e acrescenta que se apresentou na delegacia de Portão, em 17 de julho. Eduardo também comentou que sua companheira está grávida de três meses e não imagina como a família irá seguir enquanto o mesmo se encontra na prisão.
Fonte: Atarde