Até esta terça-feira, 12, sete mil pescadores e marisqueiras que tiveram as atividades prejudicadas pelo óleo, que atingiu o Nordeste brasileiro, foram cadastrados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) com apoio do Corpo de Bombeiros.
As informações serão enviadas ao Ministério da Agricultura, para que o Governo Federal desenvolva políticas compensatórias emergenciais. Dentre os municípios com cadastro realizado estão Entre Rios, Jandaíra, Lauro de Freitas, Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador, Vera Cruz, Itaparica, Valença, Cairu, Nilo Peçanha e Camamu.
Em visita ao Grupo A TARDE nesta quarta-feira, 13, o titular da Seagri, Lucas Costa, o presidente da Bahia Pesca, Marcelo Oliveira, e o diretor da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Maurício Bacelar, falaram das ações desenvolvidas pelo Estado para amenizar os impactos do desastre ambiental.
A orientação passada pelo Ministério da Agricultura no começo desta semana causou controvérsias por ter liberado o consumo de peixes, afastando o risco de contaminação por ingestão de pescados que tenham sido atingidos pelo óleo. Segundo Oliveira, o estudo do governo federal analisou somente duas amostras da Bahia: um dourado e uma lagosta do município de Alcobaça.
De acordo com o dirigente da Seagri, a Bahia Pesca vem realizando uma análise mais ampla de peixes coletados na costa baiana e deve divulgar o resultado até o dia 22 deste mês. “Os indícios de contaminação de peixes são poucos. No entanto, não recomendamos sequer a coleta de mariscos, porque a remoção do óleo dos mangues é mais difícil”, explicou. Os dados da avaliação serão encaminhados à Vigilância Sanitária estadual.
“A quantidade de coleta nossa é muito grande. A equipe toda nossa no laboratório está debruçada no caso. Só que tem reações que não tem como acelerar. E também tem a questão do volume de amostragem, estamos falando de uma quantidade razoável de mais de 240 indivíduos ao longo da costa baiana”, apontou Marcelo Oliveira.
O presidente da empresa baiana também afirma que houve demora por parte do governo federal em reagir à chegada do óleo no litoral nordestino. “A minha percepção é que, por alguma razão, não houve a preocupação com a dimensão do problema, não houve a agilidade necessária por parte do governo federal”, contextualizou.
A expectativa dos gestores é que o resultado do estudo baiano traga um cenário que tranquilize a vida do consumidor, dos pescadores e marisqueiras, do mercado e do setor do turismo.
Fonte: Atarde