A cerimônia de cremação do corpo do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em ação conjunta, na cidade de Esplanada (distante 165 km de Salvador), estava prevista para a manhã desta quarta-feira, 12, mas a Justiça do Rio de Janeiro proibiu. O pedido tinha sido feito pela família do ex-policial e a cremação seria no Crematório do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio.
De acordo com a juíza do plantão judiciário, Maria Izabel Pena Pieranti, não constam no pedido documentos imprescindíveis para a cremação, como a cópia da Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência. Para embasar a decisão, a magistrada disse Adriano não morreu de causas naturais e que, segundo a certidão de óbito, ele sofreu anemia aguda e politraumatismo causados por instrumento perfuro-cortante.
O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, Nóbrega era suspeito de comandar um grupo que cometeu dezenas de homicídios: o Escritório do Crime. Expulso da corporação por envolvimento com jogo do bicho, Capitão Adriano, como era conhecido, foi homenageado, mais de uma vez, pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), hoje senador.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), Adriano foi localizado em um sítio do vereador Gilsinho da Dedé (PSL), na zona rural da cidade baiana. Na segunda-feira, 10, a Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública da Bahia abriu investigação sobre as circunstâncias da morte do miliciano. O advogado de Nóbrega, Paulo Emílio Cata Pretta, acredita que o ex-capitão da PM foi vítima de queima de arquivo.
Fonte: Atarde