Entidades representativas emitiram notas após o assassinato do jornalista Lourenço Veras, conhecido com Léo Veras, na última quarta-feira, 12. O jornalista foi morto a tiros na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Veras era responsável por um site que noticiava a disputa do narcotráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamentou a morte do jornalista brasileiro e pediu agilidade das autoridades no esclarecimento do caso. “Todo assassinato de jornalista é uma tentativa de calar o mensageiro, comprometendo a liberdade de imprensa”, diz o texto.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) disse que a violência atinge a categoria e toda a sociedade. No texto, a Fenaj destaca que “sem jornalismo não há democracia”.
O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Mato Grosso do Sul afirmou que Veras já havia relatado ameaças de morte recebidas por seu trabalho de investigação e denúncia do tráfico. Para a entidade, o jornalista é “mais uma vítima dos ataques contra os trabalhadores da comunicação”.
Investigação
De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo Veras foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros.
Ontem, o vice-ministro de Assuntos Políticos do Ministério do Interior do Paraguai, Jesus Lara Céspedes, se reuniu com membros do sindicato dos jornalistas do país, que expressaram preocupação com o assassinato. O vice-ministro informou que um grupo formado pelos melhores investigadores da Polícia Nacional foi enviado de Assunção para Pedro Juan Caballero para reforçar os trabalhos de apuração do crime.
“A situação em Pedro Juan Caballero é muito preocupante. O ambiente de violência em que trabalham os companheiros. Agora tivemos o compromisso do vice-ministro de tomar medidas, de levar profissionais de Assunção e esperamos uma resposta favorável na prática”, disse o secretário-geral do sindicato, Jimmy Peralta.
Veras trabalhava há mais de 15 anos na região da cidade de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS), e é considerada uma das principais portas de entrada de drogas e armas no Brasil. Em janeiro deste ano, 75 presos fugiram de um presídio localizado na cidade paraguaia. De acordo com autoridades policiais, a maioria dos presos tem ligação com o grupo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Fonte: Atarde