São 32 mortos e 47 desaparecidos. Chuvas causaram alagamentos, deslizamentos em morros e transtornos na região. Mortes ocorreram em Santos, São Vicente e Guarujá.
As buscas por desaparecidos nos deslizamentos causados pelo forte temporal que atingiu a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, entram no 4º dia nesta sexta-feira (6). O número de mortos chegou a 32, com o resgate de uma vítima no Morro do São Bento, em Santos. Há 46 desaparecidos. Dentre os mortos, estão dois bombeiros que trabalhavam nas buscas em Guarujá.
Por volta de 1h30 desta sexta-feira, segundo o Corpo de Bombeiros, as casas que ficam no topo do Morro do São Bento, em Santos, tinham riscos de desabamento. Após uma avaliação, um engenheiro da Prefeitura de Santos constatou que há trincas substanciais no terreno do Morro São Bento.
De acordo com o capitão, as trincas poderiam desabar na parte onde estão sendo feitas as buscas pelas 4 vítimas da mesma família continuam desaparecidas. Esse é o local mais perigoso, segundo a corporação. As equipes tiveram que paralisar os trabalhos.
"Houve necessidade de paralisação. Estamos aguardando o assentamento do terreno. O dia está bem quente, pode evaporar a água, melhorar a situação no local e assim a gente pode continuar fazendo uma nova checagem para a continuidade dos trabalhos dos 41 bombeiros", disse o Capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, por volta das 11h30.
Segundo ele, as buscas em todos os pontos elas devem acontecer sem interrupções, a menos que haja perigo. "Por causa dessa fase de emergência, há a necessidade da gente utilizar outros meios, técnicas com máquinas, principalmente, sendo mais incisivo no terreno. As questões de segurança serão somente os fatores impeditivos".
Às 13h, de acordo com Palumbo, as buscas foram retomadas no Morro São Bento após nova análise de um geólogo indicar que não há riscos eminentes de novos deslizamentos no local. Um indução de desabamento foi realizada na parte do terreno que oferecia riscos e, segundo Palumbo, com o desabamento forçado, foi possível retormar os trabalhos em segurança.
Em São Vicente, os bombeiros trabalham para encontrar um homem desaparecido. Por volta das 7h, as equipes paralisaram os trabalhos por conta de novos deslizamentos. Segundo os bombeiros, uma pedra gigante está prestes a cair.
Os bombeiros aguardam uma escavadeira especial, conhecida como pescoçuda, que tem a capacidade de conter toneladas de detritos e de terra e que possui um braço com um alcance de 14 metros. O equipamento vai induzir o deslizamento da pedra de forma controlada e segura para que os bombeiros possam continuar nas buscas.
Já em Guarujá, no Morro do Macaco Molhado e na Barreira João Guarda os trabalhos de buscas continuam. São 36 desaparecidos na Cidade. As equipes também começaram, na madrugada desta sexta-feira, a atuar com máquinas para auxiliar nos trabalhos.
Veja onde ocorreram as mortes:
Guarujá: 26 mortes
Santos: 4 mortes
São Vicente: 2 mortes
A tempestade causou alagamentos em vias públicas, afetou serviços (transporte, educação, fornecimento de água, energia elétrica e telefonia) e fez rodovias serem bloqueadas.
Em um período de 24h, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para março. Em Santos, choveu 239 mm, perto da média de 257 mm. Já em São Vicente foram registrados 207 mm de chuva, abaixo da média de 257 mm prevista para o mês todo.
Fonte: G1