O advogado José Luiz de Britto afirmou que sua namorada, Kezia Stefany, morta no domingo, 17, em um apartamento no Rio Vermelho, afirmou em depoimento que a jovem era usuária de drogas, entre elas maconha e cocaína, e a defendia em um processo por posse de drogas.
Durante depoimento nesta terça-feira, 20, ele sustentou que o tiro foi acidental e não intencional. Segundo o relato divulgado pelo portal G1, José Luiz afirmou que Kezia, na quinta-feira, 14, três dias antes do crime, estava comemorando o aniversário dele.
No dia seguinte, segundo informou em relato, Kezia pediu que ele comprasse uma porção de cocaína, mas ele recusou. Ela teria pedido dinheiro para efetuar a compra, mas ele também não disponibilizou. Segundo o relato, Kezia usava drogas diariamente.
No dia do crime, ambos foram a um show onde Kezia, segundo José Luiz, teria feito uso de drogas. Após o evento, o casal foi a um bar no bairro de Brotas e na volta para casa iniciaram as discussões.
Ele alega ainda que a jovem quebrou seu aparelho celular e o agrediu com uma tesoura, o que lhe causou um ferimento no braço direito. A jovem também teria quebrado o notebook do advogado e pego uma faca para lhe agredir. Neste momento, o advogado garante que pediu para terminar o relacionamento e Kezia deixou o apartamento já sangrando.
Ele alega que foi tomar banho e viu que Kezia retornou ao imóvel. Segundo o advogado, Kezia estava alterada, gritava bastante e ocorreram trocas de xingamentos entre o casal.
Em meio à discussão, Kezia teria pego a arma do advogado, uma pistola 9mm que estava em um cofre eletrônico. De acordo com José Luiz, Kesia não sabia a combinação mas como a bateria do aparelho havia terminado, o cofre estava aberto. Kesia então teria pego a arma, apontado para o depoente e ameaçado disparar. Ele afirmou que pediu para ela parar e tentou desarmá-la, quando o disparo aconteceu.
O advogado alega que ficou desnorteado e que a jovem sangrava pela boca. Ele teria ido à portaria pedir ajuda e o porteiro, segundo o suspeito, não o socorreu. Ele levou a vitima para o Hospital Geral do Estado, mas a jovem já chegou morta.
José Luiz afirmou ainda que a jovem apresentava constantes surtos e costumava ser violenta e o agredir. Até o momento não foi emitido laudo policial para comprovar presença de drogas no corpo da jovem.,
O caso
De acordo com a Polícia Civil, Kezia Stefany da Silva Ribeiro, 21 anos, foi assassinada pelo seu namorado, o advogado criminalista José Luiz Meira, com quem se relacionava há dois anos. O suspeito foi preso em flagrante.
Informações da Polícia Militar apontam que, ao chegar ao local dos disparos, os agentes da 12ª Companhia Independente (Rio Vermelho) foram informados de que o advogado teria levado Kezia para o Hospital Geral do Estado (HGE). Na unidade de saúde, foi constatado o óbito da jovem.
O advogado foi encontrado em um apartamento, no Edifício Residenziale Da Vinci, no bairro da Pituba. O suspeito foi preso por uma guarnição da Polícia Militar e autuado em flagrante pelo crime de feminicídio no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Kezia foi sepultada na manhã da última segunda-feira, 18, em Feira de Santana, cidade em que ela morava. Amigos e familiares estiveram presentes na cerimônia.
José Luiz Meira segue detido preventivamente no Serviço de Polícia Interestadual (Polinter), em Salvador, enquanto aguarda definição sobre o seu destino. O advogado teve prisão preventiva convertida em prisão domiciliar após pedido da seccional baiana da OAB, já que a Bahia "não dispõe de sala de estado maior", prerrogativa para profissionais da área. A PM ofereceu uma sala do Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, para custodiar o advogado.
Fonte: Atarde