Novas manchas de material oleoso apareceram nesta semana em Porto Seguro, cidade localizada a 722 km de Salvador, poluindo a areia nas praias do Delegado, no distrito de Arraial d’Ajuda, e do Mundaí, na Orla Norte.
Através da população, os agentes de fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Causa Animal (Semac) foram acionados na última quinta-feira e percorreram os pontos indicados. Nos locais, fragmentos foram recolhidos para avaliação em um laboratório da Petrobrás, e lá foi confirmado que era óleo.
Conforme nota enviada pela prefeitura de Porto Seguro, os fiscais “constataram que não houve derramamento na costa, nem qualquer outra atividade que pudesse ter descarregado óleo in natura”.
Ainda de acordo com a nota, “o monitoramento foi retomado à beira mar e em alto mar, mas nenhum outro fragmento foi visto posteriormente”. A Semac informou também que a quantidade foi pequena e, por isso, “não há nenhum risco aos banhistas e o uso das praias continua irrestrito”.
A principal hipótese levantada pelas equipes de fiscalização do município é de que se trata do mesmo material que chegou entre 2019 e 2020, principalmente nas praias do Nordeste brasileiro, prejudicando inclusive as atividades turísticas nos pontos mais atingidos naquele período.
Pela gravidade da situação, naquela oportunidade o governo estadual decretou situação de emergência nos municípios que foram atingidos pelo desastre ambiental. A medida serviu para reforçar as equipes e equipamentos utilizados para recolher e transportas os resíduos em segurança.
O litoral de outros estados também foi atingido nos últimos meses. “Acreditamos que se trata do mesmo material de 2019 para cá”, disse o pesquisador Romulo Campos, acrescentando que, com o movimento do mar, “elas vão se soltando e reaparecendo aos poucos”.
Menor repercussão
A mais recente constatação das manchas na Bahia tinha ocorrido no litoral de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano, há cerca de um mês, principalmente na região de manguezal e no município vizinho de Madre de Deus.
Em maior quantidade, a aparição das manchas assombrou moradores e visitantes de Itacimirim, litoral de Camaçari, no final de junho de 2021, quando foram recolhidas quase seis toneladas.
Através das amostras, avaliadas pela equipe do Instituto de Geociências da Ufba, ficou comprovado que o material das manchas de Itacimirim no ano passado é o mesmo que atingiu a costa brasileira entre 2019/20.
Fonte: Atarde