O número de doadores efetivos de órgãos no Brasil subiu para 2.983 em 2016, alta de 5% em relação ao ano anterior e maior número já registrado na história, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Ministério da Saúde. O índice é de 14,6 pmp (taxa por milhão da população).
Em 2015, o registro do ministério apontava 2.836 doadores efetivos - esses números começaram a ser contabilizados em 2001. Outro recorde ocorreu em relação aos transplantes de coração em 2016: foram 357 procedimentos, crescimento 13% em relação ao ano anterior. Também houve um aumento nos transplantes de rim (18%), fígado (34%), medula óssea (39%) e pulmão (53%).
O governo federal atribui a alta de procedimentos de coração a um decreto assinado em junho de 2016, que possibilitou o transporte de órgãos pelos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
"Nós estamos investindo recursos nesta área, o que vai nos permitir avanços. Temos também que aumentar os doadores, já que quase 40% das famílias ainda se recusam a fazer a doação dos órgãos dos seus parentes falecidos, mas estamos sempre comemorando os dados positivos na estatística em um país em que 95% dos transplantes são pagos pelo governo federal", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Aceitação: A taxa de aceitação familiar em relação aos transplantes no Brasil foi de 57% no ano passado, uma alta de 1% em relação a 2015. Em 2014, o número total foi de 58% e, em 2013, 56%.
Segundo o presidente do Conselho da Associação Brasileira de Transplantes, José Medina Pestana, nas regiões Sul e Sudeste o número de negativas das famílias é de 30% a 40%. No Norte e no Nordeste, ainda de acordo com ele, o número é maior.
Pestana diz que espera que a disseminação do programa de transplantes aumente os atendimentos. "Não é uma coisa que é feita por decreto, depende da evolução natural da sociedade. Hoje já não temos fila para transplantes de córnea".
Em dezembro do ano passado, 41.042 pessoas aguardavam por um transplante - 24.914, a maior parte, esperavam por um rim.
A divulgação do novo levantamento ocorreu no Rio de Janeiro, com a presença de Barros na Academia Nacional de Medicina.