A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, em 2014, resolução que considera a psoríase uma doença crônica e incapacitante. No entanto, ainda hoje os pacientes brasileiros não contam com todos os tratamentos disponíveis, seja via Sistema Único de Saúde (SUS) ou planos privados de assistência. De acordo com o dermatologista Gleison Duarte, os procedimentos de alto custo não entram no rol do SUS ou da Agência Nacional de Saúde (ANS).
"Os pacientes não conseguem pagar, são tratamentos bastante caros. Quando há a possibilidade, eles acessam judicialmente, seja na rede pública ou privada", afirmou. O especialista lembrou que o tratamento é de uso contínuo, já que a doença não tem cura. Neste domingo (29), é celebrado o Dia Mundial da Psoríase, uma doença de pele que se caracteriza por lesões avermelhadas que descamam.
A incidência é maior no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Devido a esses sintomas, os portadores ainda sofrem com uma consequência indireta, o preconceito. O Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade (RMPF), divulgado pelo Instituto de Pesquisa da Felicidade, na Dinamarca, mostrou que 54% das mulheres e 28% dos homens brasileiros que vivem com psoríase sentem ansiedade e tensão psicológica. Uma das principais razões do preconceito é o medo de contágio, que não acontece nessa enfermidade.
"O preconceito pode comprometer completamente a vida profissional e afetiva das pessoas", lamentou Duarte. "A psoríase não é transmissível ou contagiosa. É uma doença crônica relacionada a uma desregulação do sistema imune, responsável por nos defender. Nas doenças autoimunes, o sistema acaba combatendo o próprio corpo", explicou. No Brasil, aproximadamente 5 milhões de pessoas são portadoras de psoríase.