Principal suspeita é que doença esteja sendo transmitida por um artrópode, segundo Secretaria Municipal de Saúde, que recomendou uso de repelentes
Uma doença misteriosa já afetou ao menos 90 pessoas em Salvador e na região metropolitana. Os sintomas são bolhas vermelhas, coceira e dor de cabeça. A principal suspeita é que seja provocada por picada de inseto.
"Trata-se de uma doença benigna e auto-limitada, até o momento, mas nenhuma orientação específica terapêutica ainda foi desenhada, pois ainda não se sabe o micro-organismo que a está causando. A aparência é semelhante à lesão de herpes", afirmou o infectologista Roberto Badaró, PhD em Imunologia e Doenças Infecciosas.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância à Saúde de Salvador (Cievs) afirma que exames já descartaram dengue, zika e chikungunya, doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Os primeiros casos foram registrados em 6 de outubro no condomínio Patamares, em Salvador. A Secretaria Municipal de Saúde informa o registro de 79 casos. Já a Secretaria de Estado de Saúde confirma 17 ocorrências, sendo 6 delas em um único condomínio chamado Greenville, no bairro de Patamares, em Salvador, e os demais nos bairros de Canabrava, Canela, Pau da Lima, Fazenda Grande 2, Jardim das Margaridas, Dom Avelar, Cajazeiras, São Marcos e Lauro de Freitas.
“Desde que tomamos conhecimento dos episódios, em 6 de outubro, contatamos mais de 500 domicílios da região e realizamos visitas para identificar e avaliar os indivíduos com quadro de lesões na pele”, afirmou a epidemiologista Cristiane Cardoso, coordenadora do Cievs.
Segundo a secretaria municipal, foram instaladas armadilhas para captura de mosquitos Aedes aegypti e albopictus, principais transmissores de arbovírus no Brasil, além de outros como carrapatos e pulgas.
“Diante dos resultados preliminares, observamos a existência de um surto de dermatose ocasionado provavelmente por um artrópode de difícil visualização, cujos esforços para identificação encontram-se em andamento”, afirmou a epidemiologista.
Ela informou que os hospitais foram orientados a notificar os casos e a população a usar repelentes. “Estamos empenhados em esclarecer o mais rápido possível a causa do agravo”, disse.
As manchas vermelhas aparecem em todo o corpo, principalmente braços e pernas. O infectologista ressalta o uso de repelentes e orienta que se cubra as áreas do corpo afetadas para evitar contágio, caso exista.
Fonte: R7