Número de casos diminuiu, mas Brasil ainda é país em alerta, segundo OMS; 1.018 gestantes declararam ter zika, cujo risco é maior em regiões precárias

Apesar da queda no número de casos e do fim da epidemia declarada em maio do ano passado, a zika continua sendo uma preocupação para grávidas no país, segundo o infectologista Artur Timermann, presidente da Sociedade Brasileira de Arborivores (SBA).

“O risco da zika existe, só não é possível dimensioná-lo com precisão porque existe uma lacuna no Brasil em relação ao diagnóstico da doença. Não sabemos qual a real magnitude do problema. Fala-se que o diagnóstico é clínico, mas não é. Ninguém consegue, apenas observando um paciente, afirmar se ele tem zika, dengue ou chikungunya. É preciso realizar uma sorologia e um teste genético do vírus”, afirma.

O Brasil registra mais de 7 mil casos prováveis da doença – no ano passado foram 17 mil –, sendo 3.155 confirmados, o que corresponde a 42,5% do total, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de outubro.

Já em relação a grávidas, 1.018 declararam ter zika este ano. Entre elas, 383 casos foram confirmados. De 2015, ano do surto no país, até o momento, 3.226 casos de microcefalia associada à zika foram confirmados, de acordo com o Monitoramento integrado de alterações no crescimento e desenvolvimento relacionado à infecção pelo vírus zika e outras etiologias infecciosas do Ministério da Saúde.

Em 80% dos casos, a zika não apresenta sintomas e pode passar despercebida, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Mas a doença é considerada grave em gestantes já que sua associação foi cientificamente comprovada à microcefalia em fetos.

De acordo com o infectologista, entre a mulheres que contraem a zika durante a gestação, apenas 30% apresentará malformação fetal, sendo a mais frequente a microcefalia. Ele afirma que a maior probabilidade ocorre quando a zika é adquirida nos primeiros três meses da gestação.

A zika também está relacionada à Síndrome de Guillain-Barré. A infeção pode desencadear, em qualquer pessoa que contraia a zika, a doença autoimune que ataca nervos periféricos, causando paralisia dos membros. Geralmente pode ser revertida.

As formas severas da zika são raras, mas podem evoluir para morte. No ano passado, houve registro de uma morte no país, em Rondônia. Neste ano, duas pessoas morreram, sendo uma em Alagoas e outra na Paraíba.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) mantém o alerta da doença a gestantes no Brasil e afirma que qualquer país que contenha Aedes aegypti é considerado de risco. “A forma mais eficaz de precaução é se proteger contra as picadas do mosquito”, informou a agência da ONU.

O infectologista afirma que a zika é urbana e apresenta a dinâmica prevista pelas arboviroses, que começam a se manifestar no Norte ou Nordeste, deslocam-se para o Centro-oeste e, posteriormente, avançam para o Sudeste. “Ainda não se sabe por que, mas seguem esse curso”, afirma.

Hoje, a região Sudeste lidera em número de casos prováveis de zika, com 2.713 notificações, o que representa 36,5% do total.

A região Nordeste, cenário do surto em 2015, está em segundo lugar com 2.218 casos prováveis registrados este ano, o que equivale a 30%. Na sequência estão o Centro-oeste, com 1.575 casos (21%), o Norte, com 889 casos (12%), e o Sul, com 32 casos (0,4%).

Já em relação à taxa de incidência as regiões Centro-oeste e Norte apresentam os valores mais altos: 9,9 casos por 100 mil habitantes e 5 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. No país, de maneira geral, a taxa é de 3,6 casos por 100 mil habitantes.

O Estado com a maior taxa de incidência é o Mato Grosso, com 16,7 casos por 100 mil habitantes, seguido de Goiás, com 13,7 casos por 100 mil habitantes, e do Rio Grande do Norte, com 15,8 casos por 100 mil habitantes.

Entre as cidades, Pé de Serra, na Bahia, é a que apresenta a taxa mais alta: 1.117,7 casos por 100 mil habitantes. Na sequência estão Trindade, em Goiás, com 67,6 casos por 100 mil habitantes, Cuiabá, em Mato Grosso, com 34,4 casos por 100 mil habitantes, e São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com 62 casos por 100 mil habitantes.

Áreas precárias oferecem maior risco

Locais com saneamento precário, onde há acúmulo de água ou acúmulo de lixo oferecem mais riscos de transmissão de zika, dengue e chickungunya, segundo o especialista. “Em regiões onde a coleta de lixo é feita uma vez por semana, por exemplo, a chance de ter dengue é dez vezes maior. Nas periferias das cidades, onde geralmente esse quadro é frequente, há risco maior dessas doenças”, completa.

Segundo ele, o mais importante na proteção às grávidas é estarem cientes do pico de atividade do Aedes aegypti – entre 9h e 13h – e, não apenas, mas principalmente nesse período, utilizarem repelente.

Ele explica que o mosquito voa em torno de 1,50 m de altura, picando principalmente braços, colo e pescoço “Gestantes devem usar repelentes à base de Icaridina ou IR3535 e nunca os que contenham a substância DEET, devido à toxicidade”, explica.

Sobre o “poder” da Vitamina B12 de ajudar a proteger o corpo de picadas ao expelir um odor pela pele que espantaria os mosquitos ele afirma não existir comprovação científica.

Vale lembrar que, além da picada de inseto, a zika pode ser transmitida por meio da relação sexual. O vírus permanece por cerca de seis meses no sêmen do homem que contraiu a doença.

“Gestantes que vivem em áreas com transmissão do vírus zika em andamento devem frequentar regularmente consultas pré-natais e iniciar consultas pré-natais precocemente”, afirma a OMS.

Assim como a zika, a dengue e a chikungunya também podem afetar o desenvolvimento do feto.

Em relação à dengue, um estudo liderado pela pesquisadora brasileira Enny Paixão demostrou a associação da doença com anomalias neurológicas congênitas.

A diferença em relação à zika é que a incidência das anomalias é bem menor, de menos de 1%, e a microcefalia não é a mais frequente. O motivo seria o fato de a zika e a dengue integrarem o mesmo gênero de vírus, o flavirírus.

Já o vírus da chikungunya, como é da família Togaviridae, mesmo da rubéola, pode desencadear anomalias ao feto semelhantes a essa doença, como alterações cardíacas, malformação óssea, surdez ou cegueira, segundo o infectologista. Ainda não se sabe a porcentagem das gestantes com chickungunya que poderão desenvolver os problemas.

Fonte: R7

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