Cientistas utilizaram enzimas de bactérias intestinais para transformar os tipos de sangue, para que não haja mais incompatibilidade entre eles
Um novo estudo inovador publicado na Nature Microbiology no início desta semana, aponta que os cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, desenvolveram uma técnica revolucionária para transformar qualquer tipo de sangue no tipo “universal”.
Eles usaram uma enzima bacteriana que pode neutralizar antígenos sanguíneos e tornar as respostas imunológicas inofensivas para as pessoas. Essas bactérias foram encontradas dentro do próprio microbioma intestinal humano. Depois de misturar as bactérias com uma amostra de sangue tipo A, as bactérias removeram as células de seus antígenos agressivos e a transformaram em uma amostra de sangue tipo O universal.
“Ao rastrear uma biblioteca de enzimas do microbioma intestinal usando substratos fluorogênicos que imitam os carboidratos do antígeno sanguíneo, identificamos um conjunto de enzimas expressas por uma bactéria particular, a Flavonifractor plautii, que são capazes de clivar o antígeno A de maneira muito eficiente”, explica o estudo .
Existem quatro tipos de sangue – A, B, AB e O – e existem também incompatibilidades entre eles. E ainda é preciso considerar o rhesus positivo ou negativo que acompanha cada pessoa. Misturar tipos sanguíneos ou Rh incompatíveis em cirurgias, tratamentos e até na hora do parto gera reações auto-imune perigosas e até fatais.
O tipo sanguíneo O negativo, por outro lado, é considerado o tipo sanguíneo “universal” porque contém apenas antígenos neutros que podem interagir com segurança com os antígenos de outros tipos sanguíneos. Utilizando essa nova técnica, preocupar-se com tipos sanguíneos correspondentes pode se tornar uma coisa do passado.
Os pesquisadores agora esperam desenvolver rapidamente o procedimento para que os médicos possam em breve ter acesso virtualmente ilimitado ao tipo de sangue O em todo o mundo, ampliando assim o suprimento dos bancos de sangue para transfusão e ajudando a salvar vidas.
Fonte: Ultimo segundo/ Planeta