Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem recebeu a denúncia de um teixeirense, que foi vítima de Covid-19, e procurou nossa equipe para relatar o descaso com a saúde dos teixeirenses por parte do Sistema Público de Saúde Municipal. O senhor Jorge Bonfim dos Santos, 53 anos de idade, disse que começou a sentir mal, com sintomas gripais, febre alta, e falta de ar. O senhor disse que foi ao Posto Teixeirinha, e mesmo com febre acima de 38°, o atendimento foi negado, e lhe encaminharam ao Posto Anchieta.
No Posto Anchieta, encaminharam ele para o Posto do Vila Vargas. Chegando no Posto Vila Vargas, também não foi atendido e mandaram ele ir para o Posto do Wilson Brito. Chegando no Wilson Brito, disseram que não tinha médico. Por conta disso, o senhor Jorge Bonfim passou em uma farmácia e comprou medicamentos por conta própria. No dia seguinte, o Jorge contou a situação para um agente de saúde, o qual conseguiu agendar um atendimento para ele no dia 18 de junho, e assim ele foi ao Posto de Saúde.
O senhor Jorge disse que as pessoas da Unidade de Saúde demonstraram muito despreparo para lidar com a situação, e ficou evidente o medo, o preconceito e o péssimo tratamento dado aos pacientes com sintomas da Covid-19. Foi realizado o teste rápido, dando positivo para Coronavírus, e ele foi encaminhado para o Posto de Saúde do Teixeirinha. O senhor Jorge ficou horrorizado com o tratamento que lhe foi dado pelo médico daquela Unidade. O senhor Jorge relatou mais uma vez o despreparo dos funcionários.
Não bastasse isso, a revolta maior do senhor Jorge Bonfim, é que ele não foi atendido pelo médico, que nem mesmo olhou para ele, nem mesmo lhe viu, e lhe passou uma receita médica e o encaminhou para casa. “Eu me senti humilhado. Não fui bem orientado, nem mesmo o médico olhou para mim. Eu venci o meu Coronavírus sem passar pelo médico. No outro dia, eu passei mal, e fui levado pelo SAMU à UPA, pois, estava com falta de ar, e na UPA, meu atendimento foi recusado”, explicou o senhor Jorge.
A vítima ficou perplexo pois, ouviu alguém da UPA dizer que ele só seria recebido, e se a saturação dele estivesse abaixo de um valor, que ele não soube explicar direito. “Eles esperam a pessoa morrer para receber?”. Jorge Bonfim teceu muitas críticas ao médico que lhe “atendeu”, à UPA, à Secretaria de Saúde e à Prefeitura. “Vocês estão lidando com vidas. E um ser humano deve ser tratado como ser humano. Eu não pedi para ficar doente não. Não vim aqui para falar mal de ninguém, mas, para relatar um fato vergonhoso que eu vivi”.
O médico receitou um remédio para dor e febre, e um xarope. Deu 03 dias de atestado e pediu para o senhor Jorge Bonfim fazer um isolamento de 02 (dois) dias, do dia 18/06 ao dia 20/06. Felizmente, o problema não se agravou, pois, é de conhecimento de todos, que os sintomas se manifestam de modo diferente para cada indivíduo, mas, o tratamento, o acompanhamento, o isolamento deve ser padrão para evitar o agravemento dos sintomas.
É uma doença desconhecida que já tirou a vida de mais de 50.000 brasileiros. E o caso em questão mostra o despreparo de muitos profissionais para lidar com a situação. É preciso maior cuidado com as pessoas, especialmente, as acometidas por esse vírus. É preciso criar um protocolo único de condução do problema. Quanto mais prevenir e tratar o cidadão em casa, melhor. Agora mandar o paciente para casa e jogá-lo à própria sorte, é no mínimo desumano. Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews