Teixeira de Freitas: Quase oito em cada dez usuários de planos de saúde (ou 77% deles) sofreram algum problema com o atendimento nos últimos dois anos no Estado de São Paulo. O dado é de pesquisa do Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM). O objetivo do levantamento foi investigar os principais conflitos e deficiências percebidas na utilização dos serviços.

A Associação Paulista de Medicina e a ProTeste aproveitaram a ocasião para lançar um serviço nacional de apoio exclusivo aos pacientes de plano de saúde. O telefone 0800.200.4200 atenderá reclamações de todo o Brasil, oferecendo esclarecimento e apontando encaminhamentos para a garantia dos direitos dos usuários de planos de saúde.

Estima-se que 40% da população do estado de São Paulo possui plano ou seguro de saúde, o que equivale a 12,4 milhões de pessoas a partir de 18 anos.

Internações e cirurgias: Ainda de acordo com a pesquisa, 37% dos usuários tiveram problemas com internação hospitalar. A maior parte reclamou de poucas opções de hospitais (30%), demora para autorizar a internação (16%) e falta de vaga (9%).

Do total de entrevistados, 15% reclamaram de problemas em cirurgias, como a demora na autorização (11%) e a falta de cobertura para materiais especiais (4%).

Pagamentos: Apenas 3% dos usuários ouvidos fizeram queixas sobre preços e pagamentos, a maior parte sobre valores reembolsados.

Realidade em Teixeira de Freitas: Em Teixeira de Freitas a situação não é diferente, o que difere é a falta de entidades para realizar um estudo dessa magnitude, e a falta de compromissos dos médicos cooperados da Unimed, que continuam a não atende idosos e crianças nos plantões médicos a noite, nos finais de semanas e feriados.

Matéria publicada no mês de julho deste ano, retrata o descaso da Unimed, que na época foi denunciada por dois usuários do plano que teve atendimento de pediatria negado aos seus filhos, por médicos conveniados a Unimed, veja o que disse os diretores da Unimed.

Esclarecimento da Unimed: Segundo Dr. Edson Geraldino Moreira Júnior um dos diretores do plano em Teixeira de Freitas, a Unimed Extremo Sul havia montado um serviço de atendimento de urgência e emergência na área de pediatria, cujos custos eram bancados pela operadora e o atendimento era exclusivo a conveniados e a particulares.

Ainda segundo o diretor da Unimed, o Hospital Sobrasa reclamava da restrição ao atendimento de conveniados de outros planos de saúde. Como resolução a essa demanda, o Hospital resolveu assumir o atendimento e colocou plantão de 24 horas de pediatria, onde seriam atendidos todos os planos. Com isso segundo Dr. Edson a instituição deixou de ser responsável por aquela unidade de atendimento. “Foi o Sobrasa que nos procurou e manifestou o interesse em assumir a unidade de pediatria, a Unimed não tem mais nenhuma responsabilidade com o que está acontecendo”. Informou o diretor.

Ainda segundo o diretor da Unimed, depois de algum tempo o Sobrasa passou a ter problemas com a prestação dos serviços, principalmente com o número de pediatras plantonistas na unidade, o que levou o hospital a acabar com o plantão durante a noite, só mantendo o atendimento de durante o dia.

Dr. Edson ainda informou que há em Teixeira de Freitas e região um número pequeno de pediatras, “não temos médicos pediatras que atenda a demanda. Estamos com falta deste profissional e isso está acontecendo em todo o país. É um questão de saúde em que o governo federal vai ter que tomar providência, porque não está se formando pediatras e a carência por esses profissionais só vai aumentar”, esclareceu o diretor.

Em relação aos problemas que os pais de crianças que também não estão encontrando atendimento de médicos pediatras nos hospitais da cidade, o diretor informa que já realizou uma reunião com os diretores dos hospitais Sobrasa e São Paulo para que eles se reunam com o corpo clínico de plantonistas, informando-os da obrigação de realizarem o atendimento aos pacientes, que sejam idosos ou crianças. “Caso esse objetivo não seja alcançado será feito o devido encaminhamento ao CRM (Conselho Regional de Medicina). Em segundo plano já programamos uma reunião com os pediatras da cidade para poder ver como vamos fazer a reorganização desses atendimentos”.

A Unimed também garantiu a marcação de consultas dentro do prazo legal estipulado pela ANS (Agência Nacional de Saúde) que é de sete dias úteis está sendo cumprido. “Se um conveniado não conseguir marcar uma consulta neste prazo pode ligar para a Unimed que nós vamos marcar a consulta”. Os atendimentos de urgência e emergência são obrigatórios nos hospitais que tem plantão. A cadeira de pediatria é uma cadeira básica da medicina e o hospital é obrigado a realizar o atendimento de urgência e emergência.

Finalizando, o diretor da Unimed informou que vai tentar junto aos pediatras disponíveis na cidade uma forma de voltar o atendimento no PSIU, ressaltando que a principal dificuldade neste sentido não é financeira, e sim o reduzido número de pediatras disponíveis para efetuar os plantões.

Outra medida a ser tomada pela Unimed é que a mesma colocará nos hospitais cartazes informando aos pacientes que os médicos plantonistas são obrigados a realizar atendimento de urgência e emergência para que ele possa exigir esse atendimento.

Se de nenhuma forma o paciente que precisa de um atendimento de urgência e emergência não for atendido, ele poderá procurar a polícia e fazer um boletim de ocorrência, em seguida fazer uma queixa no CRM. Se for um cliente Unimed também deverá informar a instituição sobre o ocorrido.

Por: Sulbahianews/Uol