Aumento de casos confirmados de Covid-19, notadamente em lugares que ocorreram grandes festas de junho, é percebido pelos registros oficiais da doença e provocou o adiamento do início do segundo semestre letivo deste ano em Guanambi, na região sudoeste. No estado, embora em número menor proporcionalmente se comparado com outros períodos da doença, a ocupação de leitos subiu de 15% para 37% entre 2 de junho e 4 de julho.
Nos leitos de enfermaria, a ocupação passou de 10% para 32% e na UTI de 21% para 44% no período, acendendo o alerta das autoridades. Os dados são dos boletins diários da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
Em Guanambi foi anunciado, no domingo passado, que o retorno das aulas, previsto para ontem, foi adiado para a próxima segunda-feira, por meio de nota da Secretaria de Educação.
Naquela data, o município estava com 12 pessoas internadas, 655 casos ativos, 40 casos confirmados nas últimas 24 horas, somando 138 óbitos. Além dos festejos entre amigos e familiares, Guanambi teve duas grandes festas juninas (Mutãns no distrito e Gurutuba, na sede). Mas já no final de maio o município estava com número crescente de casos.
No dia 30 de maio, quando registrava aumento de 20 casos em uma semana, um decreto municipal voltou à obrigação do uso de máscaras em lugares fechados por parte da população. “Mas a gente percebe que muitas pessoas não respeitam os protocolos, como se a doença estivesse controlada”, lamentou a comerciária Angela Pereira.
Ela reclamou que está com dificuldades de se manter no emprego diante desta situação. “Recomecei a trabalhar no semestre passado, depois que as crianças voltaram às aulas presenciais. Hoje (ontem) não fui. Estou vendo como faço para os próximos dias”, disse.
Disparada
Guanambi ocupava, ontem, o terceiro lugar no estado entre os municípios com mais casos ativos de Covid-19, atrás de Salvador, com 2.002 casos e Paulo Afonso, com 727 pessoas em observação com a doença.
Em Salvador, os números também indicam crescimento de casos com reflexo na ocupação total dos leitos que passou de 18% no dia 2 de junho para 54% no dia 4 de julho. No período, a UTI adulto passou de 20% para 60% e a UTI pediátrica de 90% para 40%, indicando uma mudança no perfil dos pacientes.
Já os leitos de enfermaria de adultos passaram de uma ocupação de 13% para 63% e os pediátricos de 0% para 5%. Para contextualizar a situação, a reportagem fez contato com a Secretária de Saúde de Guanambi e com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Entretanto, não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Fonte: Atarde