A Secretaria da Saúde de Pernambuco confirmou a primeira morte provocada pela superbactéria no estado. A vítima é uma mulher de 57 anos que morreu na terça-feira (26), após quase dois meses internada na UTI de um hospital particular no Recife.
A causa da morte, no prontuário médico, foi choque séptico. Segundo a Secretaria da Saúde, não é possível definir a influência da superbactéria no óbito, já que o estado de saúde da paciente era muito grave.
No total, seis casos de contaminação foram notificados em Pernambuco, entre eles está o caso que resultou em óbito. Os outros cinco pacientes permanecem internados em hospitais do estado.
Como surge uma superbactéria
“Superbactéria” é, na verdade, um termo que vale não só para um organismo, mas para todas as bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Por causa de mutações genéticas ao longo do tempo, as bactérias passam a produzir enzimas que tornam grupos de micro-organismos comuns, como a Klebsiella e a
Escherichia, “blindadas” para muitos medicamentos.
Outro mecanismo para desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos. Plasmídeos são fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. Uma
Klebsiella pode passar a uma Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra sem a necessidade de reprodução.
No Brasil circulam algumas bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase), além da KPC.
Remédios
Entre os remédios que ficam ineficazes diante de uma superbactéria estão as carbapenemas, normalmente uma das principais opções de tratamento. Mas há remédios como as polimixinas e tigeciclinas que continuam funcionando. Só que é munição para usar em situações de emergência, como surtos de infecção hospitalar. O uso sem critério dessas substâncias acabaria tornando-as inócuas no futuro.
Com informações do G1