Uma dona de casa de Salvador briga na Justiça para provar que o marido está vivo. Ele se recupera de uma crise de hipertensão no Hospital São Rafael. O problema é que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) cortou o benefício do aposentado com base numa certidão de óbito que tem todos os dados dele.
As imagens mostram Anselmo Cerqueira, 75 anos, conversando no quarto do hospital, onde está internado desde o dia 17 de novembro. A gravação foi feita pela esposa para mostrar que o marido está vivo, ao contrário do que afirma a certidão de óbito expedida em abril deste ano pelo cartório de Itapuã.
Segundo o documento, ele morreu no dia 10 de abril no Hospital Ernesto Simões. Mas, de acordo com a esposa, Áurea Cerqueira, ele nunca foi atendido lá. A situação foi descoberta quando ela foi tentar retirar o dinheiro da aposentadoria do marido, que foi suspensa por causa da suposta morte. "Com uma notícia dessa, a gente fica confusa e apavorada", afirma.
No documento, a data, o local de nascimento e até o nome da mãe são iguais aos de Anselmo Cerqueira, mas a declaração do óbito foi feita por Antônio Carlos Lima Cerqueira, quem Áurea diz não conhecer. Ela afirma que a família nunca sofreu assalto, roubo ou perda de documentos que justificassem a fraude.
Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a aposentadoria de Anselmo Cerqueira foi suspensa porque os dados informados na certidão de óbito emitida pelo cartório são iguais aos que constam no sistema da Previdência Social. Para que ele volte a receber o benefício, é preciso que o cartório anule a certidão. "O cartório vai ter que corrigir esse equívoco praticado. Ele corrigindo a gente faz o pagamento", explica Marcelo Caetano, chefe da divisão de benefício do INSS.
A falta do dinheiro da aposentadoria do marido tem feito deixado a família em dificuldade. "A vida da gente está sendo um transtorno muito grande", afirma Áurea Cerqueira. A esposa prestou queixa na polícia e entrou com uma ação judicial. Agora, aguarda a setença para que a confusão seja desfeita.
A assessoria do Tribunal de Justiça informou que, na segunda-feira (25), vai entrar em contato com o cartório de Itapuã para investigar o que aconteceu. Já a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) disse que vai apurar o caso no Hospital Ernesto Simões.
Fonte: G1